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131ª CIRANDA MENSAL CAPPAZ – CARNAVAL ONTEM E HOJE FEVEREIRO DE 2020

Atualizado: 3 de mar. de 2022




ÍNDICE CIRANDA TEMÁTICA AC de Paula (28) Akasha De Lioncourt (32 e 33) Andrade Jorge (07) Audelina Macieira (09) Cardoso (30) Carlos Alberto Barreto (10) Carlos Reinaldo de Souza (25) Cida Zanetti (15) Deomídio Macêdo (14) Diná Fernandes (31) Eda Bridi (36) Fernando Alberto Salinas Couto (13) José Maria de Jesus Raimundo Silva (08) Josue Ramiro Ramalho (26 e 34) Joyce Lima Krischke (24 e 27) Leonardo André (04) Lourdes Ramos (17) Luciene Alves (19) Malú Ferreira (35) Marcelo de Oliveira Souza (05) Marina Martinez (21) Negra Luz (01, 02 e 11) Odilon Machado de Lourenço (16) Patrícia Ferreira dos Santos (12) Paulo Fardin (03 e 18) Roseli Farias (23) Sandra Lucia (22) Sandro Rocco (06) Sílvia Benedetti (29) Vera Passos (20) ÍNDICE TEMA LIVRE Akasha De Lioncourt (16 e 17) David de Carvalho (11 e 12) Edy Simão (04) Jouglas Simão (18) Márcio Antonio Passos Della-Cella (13) Paulo Fardin (01, 02, 03, 05, 06, 07, 08 e 09) Roseli Farias (14 e 15) Sérgio, Beija-flor-poeta (10) PARTICIPAÇÕES CIRANDA TEMÁTICA -01- Meu carnaval com você Negra Luz Guardei a máscara, só para te amar. Tirei a mortalha ao te encontrar. O saco de confetes nem sei pra quem dei. Carnavais foram muitos, e no seu bloco aportei, Tantas máscaras deixei pra trás... A de forte, que poderia esmagar o mais bruto ser. A de viril, a ser desvirtuada por um harém A de garbo, vangloriada de feitos Umas de cristã outras de pagã, a testar sua fé Máscaras largadas em esquinas de meus carnavais Inesquecíveis emoções... Frívolas... Passagem até aqui. Na memória, os gritos que dei No passado, os beijos molhados Corpos vazios, que o nome não sei Carnavais em baús de ilusão. Hoje, nas cinzas do tempo. Só vestida de mim. Pele ao sol. Pupila no seu olhar. Festa fechada para um só pagante. Deixo-me guiar pela música da vez: As batidas do meu coração, Que revolvem a purpurina da alma A avenida entre mim e você, Pequena para nossas emoções. Envoltos nesse baile sem máscaras, Vivemos o Carnaval do nosso amor. Salvador/BA -02- Esperança Carnaval Negra Luz Quem era a menina que o bloco levou? No corpo, a fantasia. Na máscara, o olhar. Seguia a sinfonia de Osmar e Dodô. Para uns era heresia, Para outros era sonhar. Sentia-se a alegria, A anestesia da dor. Dos pés só lembraria, Quando o bloco passar. Pulou como podia. Gritava o amor. Carnaval é energia. Nem pensava em parar. Nem tudo nessa vida é o que se plantou. O cortejo, que se trilha, pode te desviar. O atalho, que te afasta, pode te aproximar. O destino da sua vida é festa ou é dor. Qualquer dois que chegue: viva e deixe passar Sugiro,na carona, que leve amor Distribua e aproveite o tanto que dá Renove a esperança na vida que há. Salvador/BA -03- Carnaval - bateria - fantasia - emoção - desfile Paulo Fardin Vesti minha fantasia mais cara E sai pela passarela a desfilar minha emoção No repique apenas as batidas do meu coração Meu samba enredo era errado Mas mesmo assim eu desfilei E no compasso dos meus passos Meu samba eu sambei Minha fantasia toda rasgada Minha alma despedaçada Meu sorriso amarelado Nesse samba que sonhei Não há mais alas Nem baianas Nem mestre sala Ou colombinas Resta apenas a alegoria Da alegria que criei Vesti minha fantasia mais cara Pra miséria que fiquei Só resta o encanto do canto Que com os amigos veredei Meu carnaval agora fala Do silêncio que fiquei... Bauru/SP -04- Sonho de Carnaval Leonardo André No carnaval, por entre as luzes da avenida, eu conheci Maria Rosa, meu amor. Nunca pensei que a mulher da minha vida conheceria numa festa multicor Ela era a Colombina e eu um pobre Pierrot com confete e serpentina a nossa linda história começou. O salão iluminado, a orquestra tocando assim: uma marcha rancho alegre falando de amor pra mim. São Paulo/SP -05- Carnaval Marcelo de Oliveira Souza A alegria chegou O trio elétrico passou A multidão também, Alguém ficou Caído no chão! Uma arma de encontrão Furou o pulmão Todos gritando Indo atrás da atração. Gente de montão Felicidade de milhão! Em todo lugar uma transmissão! Em outros lugares empurrão... Ali no cantinho um chupão Mais à frente cervejão! O malhado valentão Terminou na prisão, Levou um cachação!... Todo mundo vira multidão Camarotes do barão Folia bem diferente, não? Mas também tem o folião Dos blocos e do arrastão... Nas cinzas ainda não basta, não! A tristeza do cordão Que virou cordeiro, Trabalhou e dançou Mas acabou sem dinheiro na mão! Mais triste ainda quem gastou... E nem chegou a brilhar Mas terminou a quarta feira Beirando o caixão! Esperando a reencarnação Para voltar à folia Com toda energia Ver tudo recomeçar! Salvador/BA -06- Mardi Gras Sandro Rocco Som contagiante, dança, uma explosão de alegria... Sorrisos, gritos, forte vibração, ritmo, harmonia... Brilho, lantejoulas, confete, serpentina, suor, folia, Cores vibrantes, plumas, adereços, e muita fantasia! As emoções eclodem, perde-se a própria identidade; Excitação à flor da pele, e flagrante sensualidade... A música mesmeriza a todos, independente de idade, E essa afável balbúrdia se espalha por toda a cidade! Tudo é furor, rebuliço; som alucinante, tresloucado! É impossível apreciar o espetáculo sisudo, centrado... O corpo reage, balança, não há como ficar parado, E o coração estronda no peito, em compasso ritmado! Vai-se a noite, vem o dia, e a celeuma não esmorece; Parece que a energia é infinda, e que jamais arrefece... A cadência é animada, e cada vez mais nos apetece, Pois a magia do momento só se agiganta, engrandece! Porém, assim como começou, tudo de repente termina... O esforço desmesurado nos vence, e o cansaço domina! Vão-se os pândegos, baterias, as máscaras, purpurina, Despede-se, acabrunhado, o folião de sua pantomina... Por algum tempo, tudo foi troça, tudo foi brincadeira, E nosso viver ganhou cor, luz, de forma alvissareira! Voltou a realidade, contudo, sempre ardilosa, matreira, E nosso devaneio transmutou-se em perene pasmaceira... Santa Albertina/SP -07- Lança Perfume Andrade Jorge Tu me acenas com mil fantasias lanças em mim perfumes de carnaval tão volátil como as letras de tuas poesias espargindo a flagrância do pecado carnal. Nos teus enredos fui tantos, herói, bandido, amante, amigo, fiz as cenas de tua vida com restos de acalantos, em tuas mãos virei adereço da desilusão de amor antigo. O teu brilho é o brilho do cetim, reflexo do falso brilhante que emite luz também, assim é teu amor por mim: magia no ar num carnaval de ninguém. Diadema/SP -08- Carnaval ontem e hoje José Maria de Jesus Raimundo Silva Carnaval... Quarenta e seis anos, Conheci uma grande mulher. Ontem... Vinte e cinco de fevereiro, Ao som das marchas carnavalescas, Rodando o salão, encantei-me com seu sorriso, Nasceu ali um amor. Mil novecentos e setenta e quatro. Ficou para sempre marcado em nossas vidas. Nossa se união fortaleceu. Noivamos, casamos, tivemos filhos e neto. Uma história de amor onde os sonhos se tornam realidades. Carnaval ontem e hoje. Ela Maria José, Eu José Maria. Carnaval inesquecível, que há de ficar para sempre, Gravado em nossos corações. Varginha/MG -09- Carnaval Audelina Macieira Quarta feira de cinzas Almas caídas na esquina Restos mortais rostos desiguais. Na avenida um coração partido Solidão, Vem bailar comigo. Carnaval ferida nas costas Meu samba canção fracassado Meu amor dilacerado. O meu bloco em choro. Triste máscara caída ao chão. Salvador/BA -10- Bloco do Silêncio Carlos Alberto Barreto

Salvador/BA -11- Amor de Carnaval Negra Luz Foram muitas serpentinas para laçar você Confetes furta- cor eu não poupei Abadás enfeitados várias vezes troquei De pierrô mascarado me disfarcei Com teu amor, meu pecado, Me embriaguei Foram 4 ou 5 dias que vivi o amor Não economizei um só dia de emoção Carnaval passaria, não o que vivi A dor que eu sentiria foi que não previ Só quando chegaram as cinzas e o seu adeus Amor de Carnaval quem não sofreu? Alguém lembrou que é a regra, Quando o bloco passou? Agora só restaria lembrar do amor Ouvir a sinfonia da trilha que pulou Até chegar o dia do novo bloco passar Ou fazer do dia a dia o seu Carnaval Ser a amante- foliã de um amor Que seja eterno e dure até quando for. Salvador/BA -12- Carnaval Patrícia Ferreira dos Santos Batuque Axê Frevo O samba Carnaval com sua sintonia Que a todos encantam Cada cidade com sua magia Salvador Recife Rio de janeiro Atraem turistas e fantasias A fóbica tão famosa História presente Na casa da música E na alegoria Quem trouxe o carnaval? Portugueses, índios, africanos? Mistura de ritmos Sintonias e encantos O povo no embalo Vai dançando Desde quando? Salvador/BA -13- Carnaval Ontem e Hoje Fernando Alberto Salinas Couto Ontem, confetes e serpentinas, brincadeiras mais inocentes tomavam as ruas e avenidas, com blocos, em todas esquinas, onde sambistas imponentes alegravam todas nossas vidas. Vidas que revelavam segredos, da forma mais alegre possível. Hoje estremecem entre medos de uma maldade imprevisível. Hoje a luxúria fala mais alto, deixando uma folia maliciosa tomar conta de todo asfalto, com sua intensão perniciosa. Lança-perfume só pra alegrar, era usado em muitos salões... Mas hoje serve pra intoxicar a muitos malandros e foliões. Ontem era mais pra crianças que víamos tudo acontecer... Hoje já não tenho esperanças daqueles alegres dias reviver... Rio de Janeiro/RJ - 11/02/20 -14- Carnaval ontem e hoje Deomídio Macêdo A cidade de Guanambi, surgia no sudoeste da Bahia, como uma menina promissora e lá estava eu em frente a residência do meu avô, um tanto quanto admirado, vendo a movimentação dos rapazes e moças, com suas vestimentas e suas caricaturas carnavalescas, pulando ao som de marchinhas que me impressionavam a alma. Os confetes de todas as cores estouravam no ar caindo sobre as cabeças dos participantes que sorriam e cantavam acompanhando a banda musical. Os rapazes faziam "guerra" de lança perfumes e quando aquele líquido caia nos olhos ardiam tirando os oponentes de cena. Naquela época os lança perfumes eram permitidos nos carnavais. E dentro da casa do meu avô, visualizava o desfile de Carnaval, cheio de alegria, passando na rua 2 de julho na cidade que eu escolhi para nascer. Hoje, só lembranças restam daquele tempo em que as pessoas brincavam sem medo de ser feliz Salvador/BA -15- Máscaras Cida Zanetti Eis que chega o carnaval Alegria de Momo nas ruas, capitais. Quem sabe este ano encontro o que preciso Diz a jovem solteira, mãe e com filhos. Nos anos anteriores pensei tinha encontrado Ele era tao lindo, falante e bem cuidado Me entreguei por inteiro, pensando ter acertado Ledo engano, o que veio... Mas um filho e eu sem dono. Todo carnaval escolho bem a fantasia Como o nome já diz, posso ser quem eu imaginar Pena que no dia seguinte, somente eu fico la Com consequencias a reparar. Estou chegando á conclusão Que carnaval não é para mim, é so ilusão. Mascaras sao personas criadas e usadas Para que eu engane ao povão. Mas eu engano a mim mesmo? Pois não sustento a fantasia. A noite pura alegria com um Pierrot idealizado E de dia, não existe mais a Colombina. Carnaval, festa das grandes ilusões Tudo o que exalta a carne Vai terminar com certeza No dia seguinte ou no caixao. Pois a carne perece, o espirito não. Carnaval é passageiro, espirito inspiração. O espirito é vida A carne meio de ação. Tire a mascara da ilusão E aceite que es um ser infinito Nos dias de carnaval Faça o seu próprio “grito” De liberdade, se assim o convier De amor ao próximo, seja voce homem ou mulher Pois teras um excelente período de carnaval Evitando mascaras de dor, vivenciando verdade E se puder, retire as mascaras do dia a dia Para que possas ser voce mesmo Mais bonito, mais inteiro Expressão limpa, coração cheio. Feliz Carnaval a todos No retiro intimo do Ser Ô abre alas para a consciência passar No infinito “bloco” do renascer. Itajaí/SC, 10/02/2020 -16- Folia de Carnaval Odilon Machado de Lourenço Car-na-val Três sons batidos nas palmas Três batidas no pandeiro Car-na-val Samba com jeito de mar Samba descendo do morro Samba inundado de rua. Porto Alegre/RS, 15-02-2020 -17- Amor de Carnaval Lourdes Ramos Na euforia dos festejos da alegria Ponho meu bloco contente na rua E vou ao teu encontro como a Lua Vestida de luar em minha fantasia E tu travestido de Pierrô apaixonado Vais a procurar a tua Colombina E eu sonho com o meu mascarado No enredo de confete e serpentina E ao cruzarmos a mesma esquina Deparamo-nos, em um de repente Nos corações, brilhos de faiscante purpurina Vivendo a magia deste carnaval Nesta atração de corpo e mente Definitivamente, viveremos um amor ancestral! Rio de Janeiro/RJ -18- Carnaval na rua Paulo Fardin Meu palco é a rua, a avenida Minha vida, minha alegoria Minha fantasia magia Meu enredo meu medo Meu modo de me expressar Nem pierrô, nem colombinas Apenas a alegria de sonhar Meu carnaval, minha rua Onde o rei, ora Momo ora tolo, em desfile a reinar Meu carnaval, minha paixão Fé mestre sala a brilhar Minhas passistas enfileiradas docilmente a sambar Minhas baianas de tetas largas num bailado, a flutuar Minha bateria um coração, numa precisa pulsação Levanta o público Repica a rima E os fazem festejar Meu carnaval De blocos e escolas ensinando a sambar Ricos e pobres Multicolors, numa aquarela sem pressão igual Festa do povo e da carne Pelas ruas a passar No canto o hino ou a marchinha traz a alegria de viver Meu carnaval Festa do povo O meu mundo Pra sonhar Meu carnaval Não morra nunca Antes que eu me vá passar Meu carnaval Minha alegria O meu axé meu saravá... Bauru/SP -19- Carnaval de Salvador Luciene Alves Começa na Quinta-feira Com o Rei Momo abrindo a festa Com o samba na Avenida Para alegria da galera. Na Sexta-feira tem Olodum Com seu batuque original O Pelourinho fica em festa É o nosso Carnaval. No sábado no Curuzu É a noite da Beleza Negra O Pioneiro dos blocos afros O Ilê Ayê com a sua grandeza. No Domingo tem os trios elétricos Pelas ruas de Salvador A libido corre solta Rola muito beijo na boca. A Segunda-feira é da mudança O caminho leva ao Garcia Muita irreverência e protestos É o nosso Carnaval da alegria Infelizmente chega a Terça-Feira Último dia de Carnaval Baianos e turistas começam a entristecer Rezando para que o ano passe rápido E o nosso Carnaval novamente acontecer. Salvador/BA -20- Meu carnaval diferente Vera Passos Vou seguir o som do trio na avenida Desfilar nas ruas enfeitadas com serpentinas Meninos e MENINAS enchendo as praças de alegria e prazer Eu quero a luta diária esquecer Por dias e horas de lazer Acordar o povo com o toque do timbal Vestir a fantasia do varal Embalada pelo sopro do carnaval Por algum tempo esquecer a vida real Cantar marchinhas que falem de amor Viver a pipoca de Osmar e Dodô Deixar ao longe a fome e o terror Desfilar nas ruas de colombina e pierrô Guerra só de confetes dos velhos carnavais Abraçar nas praças os amigos virtuais Lavar a alma dessa loucura dos dias atuais. Brincar, sorrir, beijar, pular na Paz Salvador/BA -21- Carnavais Marina Martinez Figuras distantes, esfumadas, invadem minhas lembranças. Colombinas, palhaços, pierrôs, vedetes, bailarinas, ciganas, fadas, melindrosas, confetes, lança-perfume, serpentinas. Grupos, com adereços elaborados, desfilam em avenidas várias, em cidades nem sempre maravilhosas. Ou em portos nem sempre alegres. As caras, pintadas. Os corpos, faceiros Chiquinha Gonzaga pediu que abrissem alas, pois ela queria passar. Passou sim e entrou na nossa História, assim como os Piratas sem pernas de pau, nem olho de vidro. Às vezes, cara de mau. E os foliões diziam, cantando, que cachaça não era água, não. Água vinha do alambique, cachaça vinha do ribeirão. Minha visão, já embaçada, procura a cabeleira do Zezé, ou Maria, com sua lata d’água na cabeça. Mesmo chegando o carnaval, na avenida ela não desfilou. E a outra Maria, a Bonita! Cansou de levantar cedo e ir fazer café. Ou envelheceu e desistiu de lutar. Distingo um arlequim deprimido, abraçado em um poste, esperando sei lá o quê. Talvez o malandro, que foi à Opera. Antes, ouvir “ei, você aí, me dá um dinheiro, aí” nos fazia rir e dançar. Hoje, causa pavor. Temo perder essas lembranças para sempre, não mais encontrá-las. Entristecidas, como fotos esmaecidas e tecidos esgarçados, serão sepultadas num esquecido canto de gaveta. Vou olhar desfiles na TV. Sem marchinhas, trocadas por sambas-enredo. Título adequado: alguns temas, às vezes, ficam enredados. Ou se transformam num samba do crioulo doido. Digo, samba do afro-descendente alucinado. Mestres-sala, comissão de frente, baterias, ala das baianas, alegorias imensas, balançando perigosas, conduzindo pessoas em trajes sumários, às vezes, até sem eles. Cadência com hora marcada, não podem perder pontos na contagem para os prêmios. Sem cheiro de lança-perfume, sem chuva de confetes ou serpentinas. Odores? De latrinas, suor, sexo. De drogas também. Às vezes, corpos estendidos no chão atrapalham a caminhada dos foliões. O que aconteceu, agora? Câmeras, indiscretas, vasculham a rua. Uma bala perdida, sem ter o que fazer, descobriu o arlequim abraçado no poste.. Porto Alegre/RS -22- Carnaval Sandra Lucia Era somente eu e você Sentados no banco da praça Admirando nossas vidas Ao longo da estrada... Onde os sonhos se encontraram Em meio às ilusões perdidas, Erámos dois palhaços Com o encanto que se chama - vida! Naufragando nas lagrimas De nosso próprio cotidiano Nós buscamos O horizonte que ofuscamos... Esperando a banda passar e A charanga chegar com alegria, Música, confetes, serpentinas e fantasias. Seguimos o curso da vida Em nosso próprio ritmo. Quando as lagrimas secaram E o sorriso invadiu nosso instinto, Nossas mãos se encontraram e seguimos Na euforia do carnaval. Salvador/BA -23- Meu carnaval Roseli Farias Dias de confetes e serpentinas, brilhos, blocos correndo pelos salões, máscaras e gritos de intensa alegria. Beijos ardentes, quem sabe, somente no carnaval daqueles dias. Corpos suados na festa das ilusões Músicas contagiantes, alegres, vestimentas com brilhos, cor e alegria e dias para ser feliz. Ah! Carnaval! Inspiração com acordes, canções e sonhos de ser feliz! Festa sem raizes no chão, momentos de pura alegria , festas e vestimentas lindas de purpurina, flores nas camisas e cabelos. Fonte de tradição e povo feliz que eterniza os dias com amor e paixão. Ei! Carnaval! Dobram-se os tambores, cuícas e gente linda num ritual que, em dias de pura originalidade e também eu, a cantar, pular, na magia de um tempo apaixonado, curtindo em outrora nas primaveras de meus verões. São José/SC, 04.02,2020 -24- Carnaval Ontem e Hoje Joyce Lima Krischke

Balneário Camboriú/SC -25- Carnavais do Passado e Presente Carlos Reinaldo de Souza Os carnavais do passado eram bem mais divertidos, o folião encantado, os blocos bem concorridos. Tinha confetes, marchinhas, muita alegria, então, tinha Rei Momo e rainhas, e desfiles com emoção. Hoje, há muito improviso, falta um tom natural, faltam alegria e o sorriso, nem parece um Carnaval. Enfim, meu nobre amigo, vou confessar a verdade, a festa está em perigo, é um Carnaval falsidade. Tudo é falso e ruim, pouco aparece de bom, seja adulto ou curumim, é muito fraco o som. Então, a festa acabou, ela perdeu o furor, o povo já se cansou, é um Carnaval sem amor. Conselheiro Lafaiete/MG -26- Meu Carnaval Ontem e Hoje Josue Ramiro Ramalho Máscaras, Serpentinas, fantasias Foliões, brincadeiras, todas sadias Assim pulávamos o nosso carnaval Todos levavam a brincadeira a sério Apesar de haver tanto mistério A festa era, assim para todos, igual De lá, muitos anos já se passaram Tudo mudou, as coisas nunca voltaram Para manter a paz nos nossos carnavais Bastavam sorrisos, amor e fantasias Carnaval bom, faz o povo da Bahia Que canta feliz e não esmorece jamais Hoje, a violência quer estragar tudo Devemos nos furtar e até seguir mudos Para não sofrer mais c'essa parafernália Os carnavais já estão comprometidos Parei de brincar, até fiquei inibido Nunca mais vou, vestir minha mortália. Salvador/BA -27- Lembranças - Madrugada de Carnaval Joyce Lima Krischke

Balneário Camboriú/SC -28- Carnaval AC de Paula Jesus preto é heresia, contraria o combinado? Mas dizem que ele dizia, "vinde a mim quem está cansado;"! E o povo branco ou preto cansado no dia a dia, de ver tanto sofrimento, desmandos e hipocrisia! Eu vi muita juventude, tinha idoso e criança, tinha um povo sofrido que não perde a esperança, tinha sonhos na avenida, tamborim, surdo, pandeiro, realidade colorida, tinha um Jesus brasileiro! São Paulo/SP -29- Carnaval Ontem e Hoje Sílvia Benedetti Como acontece e é normal, tudo muda, se transforma e muitas vezes evolui, embora deixando algumas vezes... saudade. Neste período do ano, temos como evento mais importante, o CARNAVAL, que já não é o mesmo de "ontem" neste, hoje célere e dinâmico. Ontem, o CARNAVAL era uma festa do povo e para o povo! Grupos se organizavam, criavam uma fantasia e saiam a sambar pelas ruas, acompanhados por alguns músicos ou simplesmente aproveitando o som emitido por um alto falante colocado em um coreto. HOJE, até por razões de segurança , os clubes absorveram grande parte do carnaval de rua, que só persistem nas cidades maiores. Ontem, as brincadeiras eram outras, é a alegria por certo maior e mais descontraída. Carnaval a meu ver, deveria ser festa sadia, sem excessos, sem exageros... entretanto nem todos agem assim! Não sabem limitar nem diferenciar ... e deixam cair máscaras usadas no próprio cotidiano, mostrando como são na realidade... dando largas ao " outro" que ocultam com arte e sutileza. Carnaval, uma festa popular,reinado de alegria onde no ritmo da música contagiante, TODOS deveriam se divertir , cantar e dançar sem no entanto se perderem do belo e do bom , do honesto e do moral. Porto Alegre/RS -30- Carnaval Ontem & Hoje Cardoso/2020 Carnaval de outrora Grande lição de cultura O Jegue alegórico Pierrôs e as Colombinas Atabaque e agogô Cuíca e cavaquinho Fazendo o chão tremer Gargalhadas de alegria Os Cão de Fecha Beco Assassinos da Tristeza Filhos de Jacó e Bina E os Amigos do Braz Confetes e Serpentinas Fantasia e Adereços O medo só se tinha Das caretas na folia New carnaval Toca grana e violência Abadás e os camarotes Pipoca pobre sem trio O samba agora é reggae Machinhas se curvaram Pelo grude do chiclete Foliões paralisados Os filhos de Gandhi Tapete branco da Paz Micareta de Jacobina Pioneira do Brasil Salvador/BA -31- O Carnaval de Hoje Diná Fernandes É chegado o carnaval, é tempo de folia agitam-se os tambores e também os corações. No ar, paira a euforia, a alegria dos três dias. Hoje não tem serpentina, nem confete nem colombina, tem sexo explícito, droga e violência e como resultante, gravidez precoce e crianças sem pai presente. Não sou uma doente do pé, e reconheço que é a festa da magia, que hoje só traz agonia a quem em casa o folião espera. Como eu gosto da minha vida tenho dever de por ela zelar, e para o folião deixo o meu recado. Nunca me expus à multidões, confesso que sinto um aperto no coração pensando no folião que ali no meio do povão possa ter sua vida ceifada por pura maldade de pessoas que ali estão com o objetivo de praticar a maldade. Outro detalhe; Você que trabalhou o ano inteiro pensando na gostosa folia, é bom muito cuidado tomar, podes sambar à vontade, sua bebida tomar, só não pegue a direção, pois a fatalidade pode com sua vida acabar. Cabedelo/PB -32- A cadência da paz no samba Akasha De Lioncourt Na cadência bonita de um samba, Entreguei meu pobre coração. Encontrei no batuque do tambor, A paz, que não havia lá, não. Aquele som alegre, repleto de cores e vida, Alegrou minha alma, há tanto tempo empedernida. Descobri que é possível reacender a apatia, Buscando dentro de nós a tão sonhada alegria. Não precisamos de muito para sermos felizes, Tampouco de outrem para nos completarmos. Um som, uma cor, um sorriso, a gentileza, Pode nos trazer um universo cheio de beleza. A paz anda de mãos dadas com o amor, Estão intimamente ligados por tênues fios. E ambos podem ser distribuídos sem medo, Pois crescerão cada vez mais pelo caminho. São Paulo/SP -33- Baile de Máscaras Akasha De Lioncourt O carnaval de antigamente Tinha uma magia diferente. O Pierrot sempre tristonho, Cuja paixão é escondida, Retrato fiel da inocência, Que em sua loucura o desafia. Arlequim tão colorido, Em busca do amor perfeito, Enamorou-se de uma serva, Sua tão sonhada Colombina. Hoje, ninguém mais se recorda, Das marchinhas de antigamente. Aquela que sempre se canta, Pro Arlequim ficar contente. O confete e a serpentina, Nem sempre estão presentes. Em algumas rodas circula, Um alucinógeno diferente. A festa é pagã, já sabemos, Mas tem seu significado, Nascida na Grécia, era um tributo Aos deuses tão idolatrados. Agradecia-se pela fertilidade E a produção desse rico solo. Colheitas que alimentavam A um povo que deixou seu legado. Não deixem a festa acabar, Não deixem a música morrer. Com paz e muita alegria, Saudemos o amanhecer. Depois do baile de máscaras. Voltemos ao que devemos ser. São Paulo/SP -34- Lembranças do Primeiro Carnaval Josue Ramiro Ramalho As vezes eu penso em voltar para minha terra natal e lá passar todos os carnavais do resto de minha vida. Foi lá, na cidade de Penedo Alagoas que tive conhecimento do que era o carnaval. E quem me explicou direitinho foi uma vizinha que devia ter mais ou menos onze anos de idade. Estava eu com oito anos e brincava sozinho no quintal de casa quando ouvi barulho vindo da porta da frente. Naquele tempo, principalmente nas pequenas cidades do interior nordestino, as crianças eram muito mais ingênuas. E eu era mesmo um bobão. Ao ouvir aquele barulho saí correndo em direção a porta da rua. Mas ao chegar lá, percebi que, apesar da parte de cima estar aberta, a parte de baixo estava trancada e minha vista não alcançava a rua. Era sempre assim: a porta era dividida ao meio, abriam a parte de cima para correr a ventilação e quando não queriam que as crianças saíssem sozinhas, trancavam a parte de baixo. Assim ocorreu me deixando frustrado. Mas logo fui a cozinha, peguei uma panela de alumínio grande e coloquei junto a porta subindo e alcançando tudo que se passava na rua. Um grupo de mascarados tocando diversos instrumentos cantavam uma música assim: Olha o boi da cara preta / Olha o boi da cara preta / Cuidado com Valdemar / Tá dando o que falar / Comeu carne de boi e falou fino / E deu pra se requebrar / Mas que azar! E logo depois essa outra: Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega essa criança que tem medo de careta. Eis que um daqueles mascarados, percebendo minha curiosidade, de repente, veio em minha direção me causando tanto pavor que caí da panela e fiquei esparramado no chão. Mas a queda não foi nada; O pior mesmo foi ver aquela cara medonha chegar até a porta e me olhar. Num instante corri em direção ao quintal em polvorosa me escondendo atrás de uma jaqueira. Dali podia observar os movimentos e chorar a vontade o que fiz em seguida. Depois de algum tempo, ainda em panico, chorando e atento aos movimentos no corredor da casa, observei que uma garota de onze anos, vizinha, abriu um buraco na cerca e entrou para me consolar. Foi então que conheci Ana Lúcia. Uma garota linda de olhos castanhos e cabelos pretos um pouco maior que eu. Ela entrou e veio em minha direção tentando aliviar o panico que eu me encontrava. Me consolou mesmo e logo pegou em minha mão me levando até a porta da frente onde pode provar que não existia mais ninguém por ali. Então me explicou que estávamos em pleno carnaval, que ninguém queria fazer mal algum, que todas as cidades ficavam em festa e grande parte da população entrava no clima momesco para se divertirem. E conseguiu me convencer que o carnaval era uma festa popular. Passei a compreender melhor e foi assim o primeiro carnaval que tomei ciência na vida. Foi também o carnaval que me deixou recordações divididas. Salvador/BA -35- Delírios Na Castro Alves Malú Ferreira

Salvador/BA -36- Histórias de Carnaval Eda Bridi Ontem menina-moça tentava ser poeta Rabiscava versos de carnaval Ó Abre Alas Cantam os foliões no salão Tamborins, confetes, serpentinas É alegria! É animação! Ó Abre Alas Que o Rei Momo vai passar E a Rainha com paetês e purpurinas O carnaval vai festejar! Ó Abre Alas Que eu quero passar canta o Pierrô gentil E abre alas para a Colombina! Ó Abre Alas Vem o Bloco do Funil Dos Piratas, das Rumbeiras, das Castanholas Ó Abre Alas Que a marchinha a Orquestra vai tocar Todos dançam no compasso Até o dia clarear Hoje, octogenária, desfilo no Carnaval pela Avenida Entre Magos da Palavra Samba-enredo da Escola Mocidade Independente Canta a história do Jornal Gazeta da Serra e Rádio Gazeta FM 98.1 No refrão Sou Mocidade Independente Vera Cruz minha paixão Tá na banca o jornal Tá na rádio do povão Gazeta é informação. Sobradinnho/RS PARTICIPAÇÕES TEMA LIVRE -01- Casa - amor - felicidade - compaixão - solidariedade Paulo Fardin Deixei minha casa a procura do que nem sei De que talvez nem precise, mas deixei Sai a busca do que por si só não consigo ter Sai a busca do que preciso ter Busco a compaixão ora esquecida Busco o amor de uma vida perdida Me solidarizo com meu sofrer Da solidariedade que tive mas agora perdi Busco a felicidade sonhada Busco uma casa Um teto e mais nada Busco o que acredito querer Compaixão, felicidade, solidariedade, quem sabe Talvez busque então encontre nada Talvez encontre o que não quero o que não precise encontrar Busco uma casa Um colo quem sabe Um amor Uma afago Um sorriso e mais nada.... Bauru/SP -02- Tempo - serpentear - pés - bálsamo - viagem Paulo Fardin Dei tempo pro tempo tentar me falar Dei tempo pro tempo parar de passar Como víbora ele sempre volta a voltar Sepenteando meus passos me faz tropeçar Meus pés calejados feridos a sangrar Não desistem do tempo que me faz viajar Nessa viagem tão louca me deixo levar Num bálsamo que cura me refresco em seu olhar E me lembro só tempo que me fazia sonhar Agora rodopio, ziguizagueando sem ter onde aportar Minhas viagens são findas no meu simples pensar Do tempo passado Dos pés calejados Das viagens findas Do nada restado De um tempo que nunca mais vai voltar.... Bauru/SP -03- Amor - esperança - vida - saudade - fé Paulo Fardin Que saudade de nós Que como crianças singelas e puras Correios nas ruas, nas vielas da vila Que saudade da esperança que tínhamos De sermos astronautas, e poder voar Que saudade danada daquela pureza infantil De sermos apenas eu e você Que fazer m nós levamos! Onde erramos? Onde estamos? E o que nos restou? Duas crianças crescidas. Duas almas perdidas que a vida mudou. A fé que me resta, pois não sei em que crê Me faz esperar que nas curvas da estrada quem sabe naquelas vielas Um dia ainda nos vamos falar... Bauru/SP -04- Alvorada Do Amor Edy Simão O amor invadiu os meus versos Na busca por metáforas Que meu coração não consegue encontrar Veio pintar de cores vivas Os meus dias cinzentos Invadiu minha poesia Olhos de mulher cruzando meu olhar Sentimento abscôndito Que na palma da mão não se pode guardar Força abstrata que invadiu minha alma Que na seara dessa vida Não se pode olvidar Conselheiro Lafaiete/MG -05- Pedras - rios - mar - areia - sol Paulo Fardin Como em rios tortuosos fomos nos esgueirando Como mares bravios nos defrontamos Como águas batendo em duras pedras nós deixamos viver Para que? Por que? Por qual razão? Nossos sonhos e desejos como areia fina escorreram por nossas mãos Nossos rostos queimados e marcados pelo mesmo sol que um dia nos aqueceu Nossas vidas navegaram por correntes que fizemos que nunca iríamos cruzar Pobres planos... Todos eles naufragados nesse mar que criamos Num terreno arenoso que nós mesmos esificamos Pobres sonhos Podres planos Triste vida com a qual nós afundamos..... Bauru/SP -06- Ondas - sonhos - paz - amor - azul Paulo Fardin Num céu azul límpido de brigadeiro Na paz tão suave como o lugar de uma criança Repouso agora Em devaneios dos meus sonhos Doce paz aquela que me trás a lembrança Do seu sorriso e seu abraço Do seu perfume que por tantas vezes me deixei embriagar Do amor que jamais pensei amar Sua brisa que me refresca me fazendo lembrar da sua pele Do seu toque tão sútil Da tua boca tão febril Nesse céu tão azul Nesses sonhos tão secretos Nessas ondas navegando Para em teus braços repousar.... Bauru/SP -07- Natureza - paixão - carinho - felicidade - saudades Paulo Fardin Hoje me peguei nostálgico Num ter meio mágico, meio trapezista Um saltimbanco, um artista Hoje eu lembrei daquela tempo Daquela música, daquela paixão Hoje eu queria poder sentir aquele carinho que me embalava nos sonhos Aquele olhar que me fazia feliz Hoje eu queria de novo brilhar no palco da vida Externar o que minha alma retrai Se xad a saudade de.lado e ficar do teu lado outra vez Pelo menos mais uma vez Do saltimbanco de rua O artista do palco Sobrou apenas minha natureza Meu ego e meu nada Minha paixão agora morta está! Minha felicidade em ruínas E no palco da rua resta apenas o artista Que com sua arte adormece Na esperança de receber da plateia Um afago Um carinho Um aplauso Um suspiro E antes que as cortinas da noite se fechem Talvez por milagre Talvez por apenas Reencontre a felicidade Redescubra a paixão de simplesmente viver.... Bauru/SP -08- Lar, cumplicidade, companheirismo,amizade e perseverança Paulo Fardin Enveredei meus passos por planícies e campinas Embranhei meus desejos em sentidos dialexos Ocultei minha cumplicidade por mera diversão Perseverei nessa história simplesmente por você Nosso lar ora de cristal Eu quebrei por puro prazer Companheirismo tão precioso eu desfiz por mero orgulho Porém agora me pergunto por qual razão assim o fiz? Porém agora eu vejo tudo aquilo que me dói... Tudo aquilo que me sufoca e me asfixia Nossa amizade tão querida, agora chora , agora vazia Tolo eu fui em assim agir Tolo fui em assim querer Top fui, simplesmente por tolo ser Me desculpe Me perdoe Me esbofete se quiser Não se cumplicie desse fardo Não se deixe macular Deixe só com meu pesar... Vá agora sem remédio E sem culpa Me deixe só Com meu pesar.... Bauru/SP -09- Consciência, Gratidão, Escutar, Abraçar e Compartilhar! Paulo Fardin Sou grato por tua consciência Em ser grato por me escutar Sou grato pelo simples fato de poder compartilhar Sou grato por teu abraço e poder te abraçar Mas sou grato pelo grito quente ajuda a gritar Sou grato pelo fato de querer me abraçar Pelo grito que não se cansa de quer me escutar Porém sou grato pela gratidão que tu me dá Porém eu sou mais grato pela consciência de compartilhar Eu também sou grato pelo fato dessa causa abraçar Sou grato pelo fato que de fato eu possa agradar Mas a consciência é a essência de poder compartilhar E só compartilhar quem quiser me escutar Quem quiser me dar uma abraço que dê um Paso pra escutar E quem escute, que então lute pela gratidão de compartilhar Quer de dores Quer de amores Escute, Compartilhe, Abrace, Só não deixe de.... Bauru/SP -10- A lua lá por trás do manto negro Sérgio, Beija-flor-poeta A lua lá por trás do manto negro Tanto se espreguiça, como dorme E o vento torna-se brisa no arvoredo O banzeiro beija-te no mar do norte A lua sob o manto dos teus beijos Anuncia o chegar da minha morte Sangrando no meu lado esquerdo Que num die gemido a voz se corte A lua lá por baixo da terra escura Murmura no pé da orelha já nua Flutua em marés de amor - ternura Creatura virgem, toda mulher e pura Aguça a fome da alma gêmea: a tua Formosura pepita em noites de lua. Sergio, beija-flor-poeta Para Waldene Munique, 05 de fevereiro de 2020 Às 16:16 horas -11- Sim, somos diferentes! David de Carvalho Sim, eu sou diferente de você, Tenho outra cor, outra crença, Outros valores culturais e Outras escolhas. Sim, eu sou diferente de você, Sou de outra casa, família e bairro, Sou de outra cidade, região e país e, Ainda assim, sou seu e de lugar nenhum. Sim, eu sou diferente de você, Tenho outro sexo, outra sexualidade, Outros desejos, outros sonhos e Outras formas de nos ver. Sim, eu sou diferente de você, Mas, não sou seu antagonista, Sou apenas seu complemento, Uma outra metade insabida. Sim, eu sou diferente de você, Mas, ainda assim, o que olhas em mim É apenas o reflexo de você, Algo que não consegues entender. Sabe, para além das palavras Do seu, do meu discurso Esconde-se sempre um algo-a-mais, Uma fala abafada que não conseguimos decifrar. Um outro dizer que não cabem nas palavras, Encobrindo-se no deslizar afetivo Dos nossos significantes Que se calam no fundo do peito. Enfim, sim, somos diferentes, porém, iguais e, O que impede nossos olhares se cruzarem, Nossas almas se amarem, se respeitarem e compreenderem [...] São os reais significados encobertos em nossos dizeres. Salvador/BA -12- Tecido no tempo David de Carvalho Ao abrirmos a janela, Deixamos a luz entrar. Eu sei que você não entende, Mas, tudo que está lá fora Também cabe aqui dentro e, Ainda assim, Nada cabe em nossas mãos! Que podemos fazer, Além de abrir a janela e Deixar tudo entrar? Na vida apenas ouvimos sussurros de vento, E não sabemos ao certo o que fazer, Ele passa por nossa face E se esvai sem conseguirmos tocá-lo. E nada mais cabe em nossas mãos! E o que faremos no tempo, Se tudo se esvai E nada podemos reter? Olhe, o tempo faz linhas no rosto, Deixando as marcas que vemos na face, São as leituras das estradas Que passam entre os vales, Onde nada cabe em nossas mãos! O que faremos, Ao ver as marcas e O vento passar? Eu sei, você não entende, Mas, as vezes queremos nos libertar, Correr, voar com o vento, Soprar em todas as direções, E sempre voltarmos ao mesmo ponto, Pois, nada cabe em nossas mãos! E o que faremos, Ao soprar e a Voltar como o vento? Eu sei, muitas vezes olhamos E não vemos os anjos, Eles passam com o vento sobre o telhado. Eu sei, você não entende, Mas, cá dentro sopra como o espelho de lá e, Nada cabe em nossas mãos! E o que faremos, pois, O vento sopra e Os anjos continuam a passar? Veja, tecemos a vida como o vento a passar, Com linhas feitas de sonhos Que emergem no tecido do tempo, Criando as formas e soprando. São nossos anjos sobre o telhado, E nada mais cabe em nossas mãos! E o que faremos Com as linhas do tempo, pois, Nos sonhos continuamos a tecer? Eu sei, você não entende, E mais ninguém entende, mas, Ainda assim, todos seguimos Tecendo como o vento no tempo. Olhe, as folhas estão balançando, É a chuva que está para chegar, São os anjos passando com o vento e, O que faremos, Se a chuva, as folhas caem e, Nada cabe em nossas mãos? Salvador/BA -13- Doce Abismo Márcio Antonio Passos Della-Cella Devassei a fonte da ínfima panaceia, Nutriz infértil que nem sequer acalma A vertigem das fibras de minh’alma E a volúpia de uma tempestuosa ideia. O nascedouro dos encantos de Medéia, Absorto, remido, assentindo a calma... Matei-o por assemelhar-se ao trauma Da ignomínia de uma paixão plebeia. Ofuscou-me a relíquia de ignota ânsia, Com a bestialidade e a dissonância Imortalizadas no filho infecundo. Mas revivendo uma antífona triste Elucubrei todo o amor que existe No sofrimento inefável do Mundo. Ubaíra/BA -14- A Beleza Roseli Farias A beleza... Está nas inspirações das canções, no voo das gaivotas A beleza está no olhar sincero, no sorriso verdadeiro, na espera do encontro marcado e no abraço saudoso. Está no sentido da vida e viver. No amor, nas sementes e no grão, no chorar de felicidade no colorido das aves. A beleza está no cantar de uma cotovia , num coração apaixonado! No nascer do sol e no seu poente! Na alegria e no sorriso de uma criança. Em mim, em você e no fluir único do amor. São José/SC -15- O Oleiro Roseli Farias

São José/SC -16- A Dor Que Mais Dói Akasha De Lioncourt A dor que mais dói, eu a sinto, Não é a saudade, é a mentira. Ilusão que o tempo desmascara, E nos cava, no peito, uma sepultura. A dor que mais dói, não a desejo, Nem mesmo àquele que ma provocou. Se morro, levo comigo toda a angústia, De um lindo amor que não se realizou. A dor que mais dói, ainda latente, Faz-me escrever esses versos de amor. Busco abrandar a tamanho sofrimento, Pois não pode ser eterno esse dissabor. A dor que mais dói, comigo carrego, Ela entorpece, emudece, adormece. Os meus sentidos já não consigo externar, Estou morrendo, e nem teu amor me pode agora salvar. A dor que mais dói, já não dói tanto, Trucidou-me os sentidos, matou minh’alma. Destroçou esperanças, pousou em meus sonhos, Nada mais me resta, além da espera calma. A dor que mais dói, já não mais existe, Levou consigo o melhor que havia em mim. Hoje sou apenas sombra do que fui outrora E nada mais em mim há para se apagar... Akasha De Lioncourt – abril/2004 São Paulo/SP -17- Ácida... Akasha De Lioncourt A dor que me corrói por dentro, Me come como ácido corrosivo, Não sei qual o motivo, não entendo, Preciso gritar e não consigo. A dor que me corrói por dentro, Me faz escrava de uma dor invisível Quando acordo desse pesadelo, Vejo que ele ainda está no começo. E me revolto contra o mau momento. A dor que me corrói por dentro, Não tem rima nem métrica, só sofrimento, Me fere com ferro e fogo, é meu tormento, E a cada golpe me marca a alma insana. A dor que me corrói por dentro não me mata, Apenas tortura, judia, transforma e retalha. Traz um turbilhão de anseios e sentimentos Cuja fusão não se encaixa, apenas atrapalha. A dor que me dói por dentro me consome, Minh'alma não resiste, e sucumbe, Entregue estou à minha própria sorte, Esperando o plácido momento de vida e morte. A dor que me corrói por dentro... invisível... Escreve em letras de fogo meu fim e minha sorte! Akasha De Lioncourt - 03/2007 São Paulo/SP -18- Fevereiro de flores Jouglas Simão Venha de mansinho mês de Frevoar... Trazendo bons frutos, bons fluidos... Deixa a menina colocar flor no cabelo E o rapaz enfeitar o sorriso... Faz estrada no meu coração E deixe o amor invadir... E depois não o deixe sair Nesse mês de fevereiro, no Frevoar das flores Batom de glitter Confete vermelho Sorrisos de cervejas Em tantas bocas de cerejas... É Carnaval no mês de fevereiro, no meu, no seu Frevoar de flores E quem quiser que vá voar.. Vá brincar Pintando a alegria Em tantos corações em negrito Afinal é fevereiro de flores, de águas e de amores Conselheiro Lafaiete/MG

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