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José Fernando Campos Ribeiro

Sobre

Casado, jornalista, cronista (havendo colaborado para periódicos de São Paulo, Rio, Nova Friburgo, Niterói, Brasília-DF e, atualmente, Varginha), técnico em contabilidade, funcionário aposentado do Banco do Brasil, nascido em 25 de dezembro de 1930, natural do Rio de Janeiro, membro da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências.

Obtendo: Menção Honrosa pela Federação Nacional de Associações Atléticas do Banco do Brasil - FENABB – 5º Concurso Sérgio Porto de Crônicas (“O Velho Tarzan”); Menção Honrosa pela Editora Alba Ltda – Concurso Internacional Cidades em Prosa & Verso (“Minha Cidade”); e Menção Especial pela Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro –ACLERJ no XI Concurso Literário Modesto de Abreu (“Almas Amigas”). Possui, também, uma página no Facebook chamada “Para Tirar da Gaveta”, onde, eventualmente, publica suas obras.

Afilhado de José Maria de Jesus Raimundo SIlva
Confrade Efetivo.

Coisas da Natureza
José Fernando Campos Ribeiro

Ao andar despreocupado pelos arredores de determinado sítio, deixei-me admirar as paisagens naquela agradável manhã de sol.

Achando-me sozinho na oportunidade procurava voltar a atenção a detalhes do percurso, fosse uma pequena flor silvestre, um inseto em zig-zag no espaço, a relva ainda umedecida pelo sereno...

Observei também o ingazeiro carregado de longos frutos maduros, dourados, a inclinar os galhos bem próximos à beira d’água como quisesse tocar a superfície com os “longos dedos” de modo a sentir-lhe o frescor.

Ante tão belo quadro paisagístico, passou-me pela cabeça viver momento de narcisismo; também curvei-me à beira do lago de sorte a ver como em espelho minha fisionomia, uma vez emoldurada pelas nuvens daquele céu límpido, cenário ali retratado. Nesse momento, diminutos cardumes afugentaram-se daquela parte rasa. E reconheço que eles tinham razão pois, como um narcisista inverso, também não gostei nada da minha “carranca” refletida, mesmo porque coincidiu de uma folha seca, trazida pelo vento, cair bem perto e provocar ligeiras ondulações em círculos, o que fez transformar para pior o meu semblante.

Ao afastar-me notei que os peixinhos iam retornando em grupos alegres, embora desconfiados.

Continuando o passeio, estanquei ao perceber, no estreito caminho, um pássaro pousado no chão – creio que era sabiá – a observar, indeciso, pequena lagartixa, atento aos menores movimentos da coitada, pronto para atacá-la num repente com aquele aguçado bico. Mas via-se que o pássaro mostrava-se titubeante, inseguro, talvez admitindo que a presa poderia valer-se de certo recurso, pondo em prática algum “plano B” guardado para essas horas.

Havia, pois, no ar algo de suspense entre eles. É que o sabiá nos parece especialista em capturar presas mais frágeis: minhocas, mosquitos, insetos em geral.

Já bem incomodada ante o sol na fina pele e a constante ameaça do bico do inimigo, chegou o instante em que a lagartixa, para surpresa de nós dois, isto é, minha e do pássaro, de repente tomou a iniciativa em fazer menção de partir paro o ataque dando ligeiro e estratégico movimento à frente, o que fê-lo bater asas evadindo-se precipitado, em pânico. Foi aí, então, que ela também saiu de cena camuflando-se por entre as folhagens.

Eis a lição que fica para nós humanos: Há momentos na vida em que, acuados, temos que tomar alguma decisão ante desafios, mesmo que venhamos a titubear por instantes para, em seguida, partirmos para imediata solução de problemas que a vida nos colocar pela frente.

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