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Rosana Moreira Silva Paulo
(Rosa Flor)

Sobre

Poetisa e Contadora de Histórias, Rosana Moreira Silva Paulo nasceu em Salvador, Bahia. Contabilista formada pela Fundação Visconde de Cayru, funcionária pública estadual, participou do Concurso SESI de poesias, ficando entre os finalistas por quatro vezes, ganhando segundo lugar com "Ensaio sobre a maldade" em 2008 e com "Ecos de uma Louca" em 2011, além do Troféu Perfomance/2011 pela interpretação da referida poesia. Frequentou vários cursos livres de teatro, contação de história e oficinas de poesia.

Atualmente conta histórias como voluntária em escolas públicas, asilos, bibliotecas e também na Aldeia SOS, através do Projeto Amantes do Conhecimento. Participa do "Projeto Fala Escritor", do CEPA( Círculo de Estudo Pensamento e Ação) e do "Projeto Brincando de Arte e Vida", onde atua na peça infantil "Lua, a garota Sol", interpretando D. Lua, publica. Publica no "Galinha Pulando".Participou de três antologias de poesia, através do SESI com a "Antologia Poética do Trabalhador da Indústria" e do "Projeto Alma Brasileira",com a "II Antologia Mãos que Falam" e a "II Antologia Amor em Verso e Prosa".

Afilhada de Renata Rimet
Confreira Efetiva.

Mulheres
Rosana Paulo

Choro por todas as mulheres
Assassinadas, torturadas, mutiladas
Desfiguradas, violentadas
A mulher que dá a luz
Que carrega consigo a vida
É morta diariamente
De variadas maneiras
Morte física,morte social
Morte psicológica,morte moral
Quantas, não mais
Sorriem ao espelho
Não conseguem caminhar
Perdem sua identidade
São privadas de amar
O curso natural da vida
É bruscamente interrompido
Não chegam a envelhecer...
Recebem flores no túmulo
Não podem mais florescer
O macho mostra sua força
De arma na mão
"No homem não pega nada"
Macho ferido no orgulho
Pode ferir ou matar
Querem briga e barulho
Se investem de autoridade
E tiram, sem piedade, vidas
Vidas belas, vidas preciosas
Vidas tristes, vidas sofridas
Matam mulheres...
Deixam seus filhos, sem mãe
Seus pais, sem filha
Roubam sua dignidade
Sua vida é exposta
Invadem sua intimidade
É disso que a mídia gosta
Matam mulheres...
E jogam a culpa na vítima
"Ela me traiu!"
"Ela me provocou!"
"Ela era prostituta!"
"Ela me enganou!"
"Que ela sirva de exemplo!"
Violam seu templo
Condenadas a pena de morte
Sem direito a julgamento
Entregues a própria sorte...
A tristeza me invade
Um crime irracional
Aos olhos da sociedade
Vira uma coisa normal
Então choro
Por Maria da Penha
Por Luciana Lopo
Por Eloá
Por Amina Lahal
Por Hajana Ibrahim
Por Sandra Gomide
Por aquelas cujos nomes
Viram apenas siglas
Pelas vítimas anônimas
Que choram baixinho
Quando apanham
Que se escondem e se encolhem
Dos hematomas se envergonham
E se recolhem, dentro de si
Que temem denunciar
Protegem seu opressor
Amam seu agressor

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