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193ª CIRANDA - CAPPAZ - 06/2025

Atualizado: 16 de jul.

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193ª CIRANDA CAPPAZ – 06/2025

 

01

ABERTURA

INVERNO SOLIDÁRIO

33° Exercício Conjunto dos Sonetistas CAPPAZ

 

Muito pior que a frigidez do inverno, (Hélio Cabral)

é não tecer o fio da bondade (Neneca Barbosa)

e nem sentir a paz do amor fraterno, (Carlos Reinaldo)

na prática gentil da caridade. (Salomé Pires)

 

Um sentimento caloroso e terno, (Hélio Cabral)

transforma o coração, pela vontade (Neneca Barbosa)

sem voltar, pois, se faz Divino e eterno. (Salomé Pires)

Um bem que se semeia e nos invade. (Carlos Reinaldo)

 

Acolhe cada irmão com alegria, (Neneca Barbosa)

num abraço sincero e caloroso, (Hélio Cabral)

trazendo alento e paz a cada dia. (Carlos Reinaldo)

 

Nosso inverno é beleza e também dor, (Salomé Pires)

mas traz em sua essência um dom valioso. Carlos Reinaldo)

O doce amparo do divino amor! (Hélio Cabral)

 

PARTICIPANTES DA 193ª CIRANDA – CAPPAZ – INVERNO

 

Andrade Jorge (18)

Antônio Oliveira (Cardoso) (12)

Deomídio Macêdo (05)

Dido Oliveira (14)

Eda Bridi (22)

Fátima Peixoto (07)

Hélio Cabral Filho (19)

José Maria de Jesus Raimundo Silva (03)

Josimar Cardoso (13)

Joyce Lima Krischke (17)

Lúcia Silva (16)

Lourdes Ramos (09)

Neneca Barbosa (10)

Rosaura (06)

Roseleide Santana de Farias Silva (04)

Salomé Pires (08)

Sandra Lúcia (11)

Sandra Lúcia (23) ENCERRAMENTO

Sonetistas CAPPAZes (01) ABERTURA

Tereza Santos da Silva (21)

Valmir Vilmar de Sousa (Veve) (02)

Wellington da Costa Machado (15)

Wilton da Costa Machado (20)

 

02

DELÍCIAS DE INVERNO

Valmir Vilmar de Sousa (Vevê)

 

Folhas mortas no chão

Acumuladas, preparadas

Para sua metamorfose

Temperatura caindo

Roupas cheirando a naftalina

Nos convidam a compartilhar

Seu odor, sua textura, sua clausura

Temperatura caindo, unindo

Corpos sedentos de carinho

Aconchego, um chamego

Uma taça de vinho,

Uma lareira,

Um tapete macio

Corpos entrelaçados, apaixonados

Uma noite de inverno,

Uma cabana aquecida

Aconchegados sob a luz do lampião

Revelação de uma paixão

Ao som de uma melodia

Que inebria, contagia

Determina, contamina

Delícias de inverno...

 

18/07/24

Membro da Cappaz

São José - SC

 

03

INVERNO

José Maria de Jesus Raimundo Silva

 

O inverno chegou.

Mas tenho você para me aquecer.

Sinto seus abraços,

Beijos e carinhos.

É inverno você me aquece,

Você é fogo...

É luz.

É o amor voraz e acolhedor.

É vida e emoções.

É uma dádiva de Deus.

Nesta estação obra do Criador.

 

Varginha MG

 

04

INVERNO

Roseleide Farias 

 

As nossas chuvas chegam

Tornando macio e devagar

Preparam o solo brasileiro

Aquecido pelo lindo sol

Que lança brilho no mar.

 

O que seria desse planeta

Sem o ansiado bom inverno

Nos ciclos das estações?

Não teríamos os alimentos

E a água necessários á vida

Viver com isso é tão bom.

 

Abençoado seja o inverno

Força e equilíbrio da Natureza

E se ocorre algo triste, errado

Culpe a poluição do homem

O egoísmo e o desrespeito

A nos trazerem destruição.

 

Benditas sejam as chuvas

Tão esperadas pelo agricultor

Dali vem o nosso alimento

E a sobrevivência de todos

No inverno maravilhoso!

 

Cabedelo-PB.

 

05

INVERNO RENOVADOR

(Deomídio Macêdo)

 

Em cada região, há invernos diferentes que pintam a natureza, para embelezar as meninas dos olhos.

 

O sol espalha seus raios e as nuvens teimam a chorar sobre a terra; a orvalhar sobre as árvores frondosas e planícies que abrigam diversas vegetações.

As mariposas bailam ao Bel prazer dos pingos, que formam arco-íris com o reflexo do sol, que continua olhar por entre as nuvens.

E ali, naquela paisagem linda, sinto-me voar em espírito, pelo universo que conspira a favor de todos seres da criação.

Do alto, observo uma casa singela, entre as colinas que delineiam a paisagem que enriquecem minha visão.

Resolvo me aproximar daquela residência e, percebo que foi ali que morei em tempos pretéritos.

O amor ali viveu, formado por uma família com três filhos e uma filha que corria alegremente a observar o arrebol da janela entre aberta.

Ao me ver, a menina grita: O papai voltou.

Aquele grito de amor me despertou do sonho, que me conduziu ao passado distante, onde acontecia o inverno renovador.

 

06

INVERNO DA ALMA, CALOR DA ESPERANÇA

Rosaura

 

Há um inverno que não se vê no calendário,

sopra por dentro, gela os sonhos, o necessário.

Não há neve — mas silêncio.

Não há vento — mas ausência.

É a alma que se encolhe, buscando clemência.

 

As mãos, ainda que cobertas, pedem abrigo.

E o corpo, mesmo quente, sente o frio do perigo:

de um mundo que corre,

que esquece do outro,

que finge não ver o olhar que implora socorro.

 

Mas... surge uma vela na escuridão:

a fé que insiste, a bondade em ação.

Pequenos gestos, grandes pontes.

Um cobertor doado, uma escuta sincera,

um pão partido, uma palavra que espera.

 

Gandhi sussurra em cada passo descalço:

“Seja a mudança, mesmo no cansaço.”

E Madre Teresa responde com leveza:

“Não é o quanto fazemos, mas o quanto com amor e certeza.”

 

Francisco de Assis planta sua ternura no chão,

ensinando que o calor nasce da compaixão.

E Jesus, em silêncio, aquece o coração

de quem reparte o pouco com doçura e intenção.

 

Então, mesmo que o corpo tremule,

e a alma, em prece, vague pela noite fria,

há um fogo que não se apaga:

o da caridade que aquece,

o da fé que guia.

 

Porque todo inverno um dia cessa,

e quem ama, mesmo no frio, floresce —

na esperança, no gesto, na prece.

 

07

O INVERNO

Fátima Peixoto

 

A chuva lava a alma,

Purifica o ar.

Limpa o coração.

Renova o plantio,

Esfria o planeta,

Enche os rios.

A natureza cumpre o seu papel,

Tudo perfeito.

Quando há muitas   chuvas houve ambição humana, desmatamento, poluição dos rios...

Muitos são prejudicados com enchentes, alagamentos, transbordamentos dos rios

Cidades são submersas, pessoas perdem suas casas, histórias de vidas são destruídas

O inverno é colheita certa, comida na mesa, pastos verdes, animais alimentados, água nas cisternas para sobrevivência humana.

 

06/07/25

 

08

INVERNO

Salomé Pires, a Mel

 

Estação do aconchego e da elegância,

é um jogo, a vitória do calor

o sair já nos traz a relutância,

bem melhor se enrolar no cobertor.

 

Chocolate bem quentinho, o meu amor,

nós buscamos no tinto a relevância,

nas delicias que trazem bom sabor.

 

Pratos quentes, a lenha no fogão,

alegria, um bom filme, o seu carinho,

os amigos, SARAU, a diversão.

 

Que delicia este frio que vem cedinho,

agradeço o meu lar, a proteção,

mas eu peço por todos no caminho.

 

09

POESIA DE INVERNO

Lourdes Ramos

 

I nventei um amor de inverno

 

N ele eu pus um calor intenso

 

V iajei no sentimento eterno

 

E idealizei aquele amor imenso

 

R i da solidão de noite e de dia

 

N aveguei no mar da fantasia

 

O nde eu achei a minha poesia!

 

10

INVERNO, CALOR HUMANO AOS NECESSITADOS

Neneca Barbosa

 

O frio chegou com o inverno,

Estação que tem também sua beleza,

Mas é a hora de cada um ser fraterno

Pois muitos sofrem, essa é uma certeza.

 

Neste inverno vamos a diferença fazer...

Cada ato de bondade supre o frio intenso,

Portanto, é importante a mão estender,

E juntos lutarmos com bom senso.

 

Vamos aceitar, de muitos, a realidade,

Desabrochando, em nosso peito, a compaixão,

Lembrarmo-nos dos que passam dificuldade,

Assim, poderemos aquecer cada coração.

 

Abrindo uma janela, há esperança,

E nós sentiremos mais paz, mais amor...

Cobrindo um idoso, ou uma criança,

Vamos diminuir o frio da dor!

 

Abrindo uma janela, há esperança,

Iremos sentir mais paz, mais amor...

Cobrindo um idoso, ou uma criança,

Vamos diminuir o frio da dor!

 

Juntos, construirmos um mundo solidário.

É hora de escolhermos o que plantar,

Mudarmos sim, esse velho cenário,

E pormos em prática, o sentido do verbo amar!

 

João pessoa, PB

 

11

MANHÃS DE INVERNO

Sandra Lúcia

 

Encontro-me nas manhãs de inverno

espargindo a solidão nas lembranças

do nosso primeiro beijo, até o despertar

repleto de alegria e aconchego.

 

Quando em meu silêncio

a procura se esvai, pois agora

habitas em meu peito.

 

Pulsas em meu coração, igual à borboleta

Em mergulho ao néctar do girassol,

comemorando a felicidade que retrata

com o seu aroma jamais esquecido,

onde o meu coração transcende todo amor,

e te faz sempre presente.

 

12

INVERNO

Cardoso 06/2025

 

Quando chega o inverno

O sol emagrece

Os viventes padecem

E o abraço aparece

 

Santo Antônio de Pádua

São João e São Pedro

Em São Paulo da garoa

O inverno amontoa

 

As Fogueiras no inverno

Aquecem os corações

As aves de rapina

No inverno peregrinam

 

O inverno é festejado

Nas caatingas do sertão

Para o milho pendoar

Nas noites de São João

 

Nas manhãs de inverno

O frio é debulhado

Viva eu e viva tu

O amor compartilhado

 

13

INVERNO: NATUREZA FAZ A COBRANÇA

Josimar Cardoso

Grupo CAPPAZ- Cabedelo-PB.

 

Em nome do progresso o homem comete crimes na natureza,

Mudando o clima com as queimadas,

Os rios mudam seu curso com certeza,

Então testemunhamos as secas e enchentes,

Gerando muitos conflitos e muitas tristezas.

 

Em regiões que não aguentam tantas instabilidades

Hora com as secas, hora com as cheias nas grandes cidades,

Que atingem as populações humanas e também a fauna e a flora regional,

É o desequilíbrio ecológico que não tem nada de natural.

É culpa do animal homem que é um irresponsável predador,

Que não respeita a natureza,

Sem lhe dar o devido cuidado com amor.

 

O Brasil é um país de natureza desigual,

Enquanto no Norte pode estar quente,

No Sul o inverno castiga muita gente que sofre com as enchentes

Ou nevascas que prejudica a saúde e um prejuízo econômico sem igual.

 

Quando vimos as águas das chuvas cair na região nordestina,

De certa forma é motivo de comemoração,

Em particular no cariri e no sertão,

Onde quase sempre falta água por lá,

O sertanejo chora de felicidade,

Em ver a chuva suas terras enfim molhar.

 

14

INVERNO É FOGO

(Dido Oliveira)

 

O sol respingou nos olhos do menino

pingos da brisa da manhã gelada,

da gota dançado, bailando, relutando em cair,

insistindo em ficar grudada na folha, mais um pouco.

O menino se atém, entretido para ver o quanto resiste o pingo

Mas – plim - um raio reluziu do pingo nos olhos curiosos do menino,

torto, se inclinando para ver melhor, mais um pouco daquele pingo gelado,

lá embaixo, tentando ficar grudado na folha verde esbranquiçada de neve.

É surpreendente o que um pingo gelado pode causar num menino curioso,

atento, descobrindo a vida diferente, esquecendo um mundo pregresso,

a dor de barriga de fome.

 Seu nome é difícil de dizer: Abinadabe - pros mais íntimos, Dabe.

Ele sabe que o esquecimento é ruim, mas, às vezes, bom.

A mágica da vida acontece, e todos merecem essa luz do calor de um sol maior,

que derreta o gelo da insensatez camuflada em flor, onde o gentil lesa.

O menino tenta olhar o sol, "encarar de frente",

essa realidade pleonástica, ardente, que pelo menos,

enche de energia boa sua vida e mata a gota inspiradora de hoje,

desse dia de inverno tão diferente.

 E a gota, feliz, se esparrama, irrigando a terra, cumprindo a sua missão de vida de hoje. Amanhã começa tudo de novo, mas, com um novo olhar curioso.

Esse inverno, menino, é fogo!

 

15

POEMA DE INVERNO

Wellington da Costa Machado

Sociedade Cabedelense de Escritores e Poetas – SCEP

Cabedelo - PB

 

Rara flor de néctar materno,

Perfumado com o aroma que inebria,

Regurgitando um poema de inverno,

Naquela manhã linda e fria.

 

Pensamentos em agasalhos envolvidos,

Contrastava com meu peito em calafrio,

Que assim como os galhos das árvores despidos,

Tremia sem verde, sem folhas e com frio.

 

O vento frio que sussurra na janela,

Não é mais frio que o frio sem calor,

O mesmo frio que hoje eu vejo nela,

Revelando um inverno sem amor.

 

Um beija-flor beija as rosas tão formosas,

Que a natureza colocou em seus caminhos,

Não fez brotar espinhos entre rosas,

Mas rosas fez florir entre os espinhos.

 

Mas como tudo na vida é passageiro,

No frio meu ser ainda espera,

Me despeço do inverno com um cheiro,

Que se põe para o nascer da primavera.

 

16

CHUVA EM MEU SER

Lúcia Silva

 

Tempo triste em meu viver

Céu sem sol, nuvens pesadas

Relâmpagos e trovadas

Faz-se chuva em meu ser!

 

Águas torrenciais a bater

No telhado da minh’alma

Ventos tiram-me a calma

Faz-se chuva em meu ser!

 

Solidão, melancolia, sofrer

Corpo encharcado, gelado

Sem o calor do meu amado

Perpetua-se chuva em meu ser!

 

17

ÁRVORE E INVERNO

Joyce Lima Krischke

 

Árvore e Inverno presentes. Árvores despidas...

Flores ausentes, ou poucas folhas amarelecidas.

Parecem almas desiludidas!

Árvore no inverno está solitária... 

Embora seja centenária.

 

Da árvore restam galhos e folhas ao chão.

Segredam amor e desilusão.

Lembranças do amor que se esvai

rápido, qual estrela quando cai.

Dia cinzento... Sol escondido.

 

Dia sem brilho entristecido.

Árvore esguia... Silhueta alongada.

Inverno e árvore desfolhada

Árvore no caminho... Inverno gelado.

Sigo em busca do inverno temperado.

 

Além do túnel, há sol e vida.

Árvore com folhas... Florescida!

 

Porto Alegre/RS - Balneário Camboriú/ SC

 

18

ESTAÇÃO INVERNO

 

A palavra inverno deriva do latim “Hibernum”, que significa neutro, invernal, invernoso, tempo frio.

O inverno está também associado à característica de alguns animais de entrar em um período de hibernação durante as baixas temperaturas.

O Inverno é tempo de retemperar as forças, tempo de descanso para o novo ciclo que virá, e assim sucessivamente.

 

INVERNO

Por Andrade Jorge

 

Inverno no verso, estação fria na espera

da nova primavera,

 imponderável sentimento inverso,

interrogações no coração,

é o inverno garoando

 a esperança por aí.

-

O inverno não invade a alma,

Não congela a alegria,

Somente acaricia a natureza,

Porém, o humano tem a maestria

De carregar a incerteza no espírito, remexe, agita

 não se acalma, rebela-se confuso,

e a ansiedade intensa reverbera, e grita.

-

Estação de contemplação,

Espairecer fora do limbo, desprender

 buscar no éter a graça do entendimento,

Dar de si em oblação,

Inverno, tempo de se refazer,

tempo do interior crescimento.

 

19

ATITUDES INVERNAIS

Hélio Cabral Filho

 

Pior que o frio de um rigoroso inverno,

É o desdém do coração humano,

Ao não olhar o alheio desengano,

Ou em deixar de se mostrar fraterno.

 

Quer parecer, às vezes, puritano,

Um pouco compreensivo, um pouco terno,

Mas é somente um sentimento externo,

Sem se apoiar em um sagrado plano.

 

Pior que a frigidez de um vento forte,

Que faz tremer as nossas estruturas,

É toda a ação sem força, sem suporte.

 

Pior que as tempestades obscuras,

É o desprezo, frente à injusta morte,

A indiferença, frente às desventuras.

 

20

A FASE DO "INVERNO"

Wilton da Costa Machado- Cabedelo-PB

 

No inverno, a fase divina se revela,

O frio desnuda meu ser, faz tremer a alma,

A chuva rega minha alma, silenciosa e singela,

Germinando a fonte de esperança em Deus, me acalma.

 

Tempo em que o frio permeia os vulneráveis,

Em busca de abrigo, tocando o coração humano,

Faz brotar a sabedoria, entre sonhos incansáveis,

Oferecendo um abraço que encobre o frio insano.

 

O frio que permeia e desnuda o que é mais sensível,

Nos faz tremer o corpo, mas também refletir,

Naquele instante, tudo fica mais visível,

A esperança de um novo dia a emergir.

 

Que a chuva no inverno, suave a cair,

Deus seja generoso, a nos fazer seguir,

Enviando o necessário para a fé florescer,

E esperança e amor, sempre a crescer.

 

Ao reconhecer que na fragilidade há força a se encontrar,

Pois Deus nos sustenta, mesmo ao frio mais cruel,

Transformando o sofrimento em esperança que vem do céu.

 

Nos dias mais frios, encontramos o calor humano,

Na solidariedade, no abraço, na compreensão,

Pois o inverno também é tempo de renovação,

De confiar na promessa de uma nova estação.

 

Que Deus seja generoso, e que o inverno seja breve,

Pois, logo a tempestade, sempre nasce a esperança,

E no coração de quem crê, a alegria se atreve,

Pois, na fase divina, encontra-se a paz e a esperança.

 

21

APOLOGIA AOS INVERNOS CATARINENSES

Tereza Santos da Silva

 

Massas polares perpassam o Sul,

Trazidas pelos ventos em redemoinhos,

Então as nuvens estendem seu véu,

Enregelando campos, serras e planaltos,

Orvalhando flores, cristalizando ninhos,

E por isso esmaece o brilho do céu,

Ao mascarar sutilmente o fulgor celeste,

Congelada a chuva, neva lá do alto,

Para embelezar a paisagem, encobrindo pastos!

 

Nada se compara às manhãs de abril,

Quando o sol outonal ainda aquece o Sul,

Mas o céu insiste em dar novos sinais,

Pois à noite as nuvens encobrem seu anil,

Então as folhas caem em cores plurais,

Enquanto os frutos exibem sua beleza,

Exalando olores sempre sem iguais,

Para saciar os que delas dependem,

Pois complementam o que há à mesa!

 

As tardes de maio são incomparáveis,

Quando o minuano ao inverno anuncia,

Este alisa o mar, crivado de tainhas.

 

Assanhando o pescador que gela nas águas,

Despertado que fica em sua ação febril.

E ao longo da praia o milagre extasia,

Os litorâneos esquecem as mágoas,

Lembrando o sensorial peixe com farinha!

 

As noites de junho são as mais intensas,

Aquecidas por danças e doce quentão,

Outras guloseimas acariciam egos,

Enquanto ao frio a fogueira afugenta,

Reverenciando os santos Antônio e João!

Nesse contexto, multiplicam-se apegos,

E a friagem a nada afugenta,

Pois almas celebram amor no seu coração!

 

E essa mudança de temperatura,

Desperta o interesse dos que estão distantes,

Muitos procuram conhecer a neve,

E correm afoitos, pois logo termina,

Porque da natureza todos são amantes,

E curiosos procuram outro clima,

Que não há no Leste e no Centro Oeste,

Menos no Norte, lugar dos mais quentes,

Por isso buscam o frio de Santa Catarina!

 

22

INVERNO SOLIDÀRIO

Eda Bridi

 

No sul, chuvas causam inundações.

Águas levam casas, animais, plantações.

Sonhos!

Frio, temperaturas negativas

 Campos cobertos de geada.

É a natureza manifestando o inverno!

A solidariedade transcende as paredes

do coração e estende a mão

aos desabrigados

num gesto fraterno, da ação generosa.

O pão repartido, o agasalho e o cobertor.

O chimarrão, na roda de contação

de causos e superstições.

É o gaúcho dedilhando músicas ao violão,     

enquanto arde a brasa nos galpões.

 

Ajudar a quem precisa,

talvez um lenitivo para a alma.

Um poema, uma oração ou uma flor

traz alegria.

De quem é a maior fatia da alegria

Se não de quem a produz?!

Na “teia da vida”

Todos vivemos entrelaçados,

dependendo uns dos outros.

Dando-nos, recebemos a bênção da doação

E quando somos receptores,

o amor se potencializa em nós,

unindo-nos aos anjos protagonistas

do ato de amor.

 

Ajudar o outro

nos fortifica e nos torna mais humanos,

mais ricos espiritualmente.

Capazes de partilhar solidariedade,

Paz e alegria de viver!

O egoísmo empobrece

e apequena qualquer coração.

Que a nossa vida seja orientada

com harmonia e serenidade

na prática de boas ações

para com todas as pessoas

às quais possamos nos dedicar

para que seus corações

cubram-se de felicidade!

Também o nosso coração!

 

Do poeta Carlos Drumond de Andrade:

“A cada dia que vivo

mais eu me convenço

de que o desperdício da vida

está no amor que não damos,

nas forças que não usamos,

na prudência egoísta

que nada arrisca

e que esquivando-nos do sofrimento,

perdemos também a felicidade”.

 

Sobradinho

Junho/2025


23

ENCERRAMENTO

O PONTO DE LUZ

Sandra Lúcia

 

Um forte trovão rompeu meus sonhos…

escuto a chuva caindo…

levando tudo o que me faz pequenino

e o meu tolo medo!

 

Em segundos parei no tempo

pedi ao menino Jesus Luz para o mundo,

bênçãos às crianças e famílias sem proteção.

 

A chuva escorre pelo chão…

deslizando nos rios que inundam a nação,

limpando as mazelas…

 

Ensinando a humanidade que somos irmãos.

lavando a alma com amor e compaixão

refletindo no pensamento e no coração

o valor da vida, a fraternidade que nos une.

 

Não importa se a chuva vem do céu,

ou de um vulcão, fogo e água formam rios

e seguem rompendo barreiras,

arrastando tudo o que pensávamos

seguros ao chão.

 

E nos prostramos de joelhos em oração,

Jesus é o ponto de luz

que existe em cada coração.

 

193ª CIRANDA CAPPAZ – PARTE LIVRE

 

01 ABERTURA

IPÊS: PINCELADAS DO BRASIL

Mirian Arceno Rocha

 

Cores vivas, cores quentes,

os ipês dançam entre os ventos,

pintando o Brasil de encantos

nos campos e nos pensamentos.

 

O amarelo ouro em flor

reluz sob o céu anil,

símbolo de amor à terra,

brilho calmo e sutil.

 

Beija-flores se aproximam,

atraídos pela doçura,

dentre tantas árvores belas,

o ipê reina com ternura.

 

Pintores em suas telas

capturam essa beleza,

cada traço, um sussurro

da sua rica leveza.

 

E quando o inverno é cinza,

surge o rosa em floração,

colorindo os dias frios,

cobrindo o chão de emoção.

 

Plantar um ipê é sonho

lançado ao tempo e à estação

para que poetas e artistas

sigam florescendo em inspiração.

 

PARTICIPANTES

 

Lúcia Silva (04)

Mirian Arceno Rocha (01) ABERTURA

Neneca Barbosa (02)

Wellington Costa (03)

 

 

02

  A ROSA, ODE AO AMOR

Neneca Barbosa

 

A beleza da rosa tem magia,

Seu perfume é inalador

Desperta na mulher a poesia

Servindo de ode ao amor.

 

Quando uma rosa floresce,

Com sua sublime exuberância,

A alma simplesmente enobrece

em sua fragrância.

 

A rosa transforma um jardim,

Encantando as borboletas, 

Que sobrevoam as pétalas de cetim

E sobre elas fazem suas piruetas.

 

Ah! Se cada Ser sentisse o amor

O mundo seria bem diferente...

Renovaria o seu interior

E o tornava mais consciente!

 

João Pessoa, PB

 

03

RECOMEÇO

Wellington Costa

 

A tristeza tão cruel,

Me visita de repente,

Escurece até meu céu,

Me deixando descontente.

Aperta meu coração,

No descompasso do bater,

Mergulhado em solidão,

Provocada por você.

 

Como um jardim sem flor,

Como o rio sem o mar,

Assim sou eu sem teu amor,

Sem ter você para abraçar.

Como pássaro na gaiola,

Mendigando liberdade,

Assim sou eu pedindo esmola,

Do teu amor por caridade.

 

Mas, no final da noite escura,

Sempre o sol vai clarear,

Nada que pra sempre dura,

Para sempre durará.

Quando um amor vai embora,

Logo outro surgirá,

A felicidade sem demora,

Inexoravelmente chegará.

 

- Membro da Sociedade Cabedelense de Escritores e Poetas.

-  Acadêmico da Academia Paraibana de Poesia.

- Correspondente da Academia de Letras do Sertão Pernambucano.

- Membro da CAPPAZ - Regional Paraíba.

 

04

GRATIDÃO

Lúcia Silva

 

Acordei com o beijo da felicidade

A Deus, orei agradecida

Por essa oportunidade

Do milagre da vida.

 

Quero nesse dia curtir

As belezas da natureza

Deixar meu coração sorrir

Com o cantar dos pássaros.

 

Quero tocar uma flor

Com sua beleza me encantar

Como o beija-flor

Sentir o seu perfume.

 

Nos braços do vento rodopiar

Na dança da vida

No bailado do amor

Quero para sempre me entregar.

 
 
 

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