193ª CIRANDA - CAPPAZ - 06/2025
- Lúcia de Fátima Silva
- 15 de jul.
- 15 min de leitura
Atualizado: 16 de jul.

193ª CIRANDA CAPPAZ – 06/2025
01
ABERTURA
INVERNO SOLIDÁRIO
33° Exercício Conjunto dos Sonetistas CAPPAZ
Muito pior que a frigidez do inverno, (Hélio Cabral)
é não tecer o fio da bondade (Neneca Barbosa)
e nem sentir a paz do amor fraterno, (Carlos Reinaldo)
na prática gentil da caridade. (Salomé Pires)
Um sentimento caloroso e terno, (Hélio Cabral)
transforma o coração, pela vontade (Neneca Barbosa)
sem voltar, pois, se faz Divino e eterno. (Salomé Pires)
Um bem que se semeia e nos invade. (Carlos Reinaldo)
Acolhe cada irmão com alegria, (Neneca Barbosa)
num abraço sincero e caloroso, (Hélio Cabral)
trazendo alento e paz a cada dia. (Carlos Reinaldo)
Nosso inverno é beleza e também dor, (Salomé Pires)
mas traz em sua essência um dom valioso. Carlos Reinaldo)
O doce amparo do divino amor! (Hélio Cabral)
PARTICIPANTES DA 193ª CIRANDA – CAPPAZ – INVERNO
Andrade Jorge (18)
Antônio Oliveira (Cardoso) (12)
Deomídio Macêdo (05)
Dido Oliveira (14)
Eda Bridi (22)
Fátima Peixoto (07)
Hélio Cabral Filho (19)
José Maria de Jesus Raimundo Silva (03)
Josimar Cardoso (13)
Joyce Lima Krischke (17)
Lúcia Silva (16)
Lourdes Ramos (09)
Neneca Barbosa (10)
Rosaura (06)
Roseleide Santana de Farias Silva (04)
Salomé Pires (08)
Sandra Lúcia (11)
Sandra Lúcia (23) ENCERRAMENTO
Sonetistas CAPPAZes (01) ABERTURA
Tereza Santos da Silva (21)
Valmir Vilmar de Sousa (Veve) (02)
Wellington da Costa Machado (15)
Wilton da Costa Machado (20)
02
DELÍCIAS DE INVERNO
Valmir Vilmar de Sousa (Vevê)
Folhas mortas no chão
Acumuladas, preparadas
Para sua metamorfose
Temperatura caindo
Roupas cheirando a naftalina
Nos convidam a compartilhar
Seu odor, sua textura, sua clausura
Temperatura caindo, unindo
Corpos sedentos de carinho
Aconchego, um chamego
Uma taça de vinho,
Uma lareira,
Um tapete macio
Corpos entrelaçados, apaixonados
Uma noite de inverno,
Uma cabana aquecida
Aconchegados sob a luz do lampião
Revelação de uma paixão
Ao som de uma melodia
Que inebria, contagia
Determina, contamina
Delícias de inverno...
18/07/24
Membro da Cappaz
São José - SC
03
INVERNO
José Maria de Jesus Raimundo Silva
O inverno chegou.
Mas tenho você para me aquecer.
Sinto seus abraços,
Beijos e carinhos.
É inverno você me aquece,
Você é fogo...
É luz.
É o amor voraz e acolhedor.
É vida e emoções.
É uma dádiva de Deus.
Nesta estação obra do Criador.
Varginha MG
04
INVERNO
Roseleide Farias
As nossas chuvas chegam
Tornando macio e devagar
Preparam o solo brasileiro
Aquecido pelo lindo sol
Que lança brilho no mar.
O que seria desse planeta
Sem o ansiado bom inverno
Nos ciclos das estações?
Não teríamos os alimentos
E a água necessários á vida
Viver com isso é tão bom.
Abençoado seja o inverno
Força e equilíbrio da Natureza
E se ocorre algo triste, errado
Culpe a poluição do homem
O egoísmo e o desrespeito
A nos trazerem destruição.
Benditas sejam as chuvas
Tão esperadas pelo agricultor
Dali vem o nosso alimento
E a sobrevivência de todos
No inverno maravilhoso!
Cabedelo-PB.
05
INVERNO RENOVADOR
(Deomídio Macêdo)
Em cada região, há invernos diferentes que pintam a natureza, para embelezar as meninas dos olhos.
O sol espalha seus raios e as nuvens teimam a chorar sobre a terra; a orvalhar sobre as árvores frondosas e planícies que abrigam diversas vegetações.
As mariposas bailam ao Bel prazer dos pingos, que formam arco-íris com o reflexo do sol, que continua olhar por entre as nuvens.
E ali, naquela paisagem linda, sinto-me voar em espírito, pelo universo que conspira a favor de todos seres da criação.
Do alto, observo uma casa singela, entre as colinas que delineiam a paisagem que enriquecem minha visão.
Resolvo me aproximar daquela residência e, percebo que foi ali que morei em tempos pretéritos.
O amor ali viveu, formado por uma família com três filhos e uma filha que corria alegremente a observar o arrebol da janela entre aberta.
Ao me ver, a menina grita: O papai voltou.
Aquele grito de amor me despertou do sonho, que me conduziu ao passado distante, onde acontecia o inverno renovador.
06
INVERNO DA ALMA, CALOR DA ESPERANÇA
Rosaura
Há um inverno que não se vê no calendário,
sopra por dentro, gela os sonhos, o necessário.
Não há neve — mas silêncio.
Não há vento — mas ausência.
É a alma que se encolhe, buscando clemência.
As mãos, ainda que cobertas, pedem abrigo.
E o corpo, mesmo quente, sente o frio do perigo:
de um mundo que corre,
que esquece do outro,
que finge não ver o olhar que implora socorro.
Mas... surge uma vela na escuridão:
a fé que insiste, a bondade em ação.
Pequenos gestos, grandes pontes.
Um cobertor doado, uma escuta sincera,
um pão partido, uma palavra que espera.
Gandhi sussurra em cada passo descalço:
“Seja a mudança, mesmo no cansaço.”
E Madre Teresa responde com leveza:
“Não é o quanto fazemos, mas o quanto com amor e certeza.”
Francisco de Assis planta sua ternura no chão,
ensinando que o calor nasce da compaixão.
E Jesus, em silêncio, aquece o coração
de quem reparte o pouco com doçura e intenção.
Então, mesmo que o corpo tremule,
e a alma, em prece, vague pela noite fria,
há um fogo que não se apaga:
o da caridade que aquece,
o da fé que guia.
Porque todo inverno um dia cessa,
e quem ama, mesmo no frio, floresce —
na esperança, no gesto, na prece.
07
O INVERNO
Fátima Peixoto
A chuva lava a alma,
Purifica o ar.
Limpa o coração.
Renova o plantio,
Esfria o planeta,
Enche os rios.
A natureza cumpre o seu papel,
Tudo perfeito.
Quando há muitas chuvas houve ambição humana, desmatamento, poluição dos rios...
Muitos são prejudicados com enchentes, alagamentos, transbordamentos dos rios
Cidades são submersas, pessoas perdem suas casas, histórias de vidas são destruídas
O inverno é colheita certa, comida na mesa, pastos verdes, animais alimentados, água nas cisternas para sobrevivência humana.
06/07/25
08
INVERNO
Salomé Pires, a Mel
Estação do aconchego e da elegância,
é um jogo, a vitória do calor
o sair já nos traz a relutância,
bem melhor se enrolar no cobertor.
Chocolate bem quentinho, o meu amor,
nós buscamos no tinto a relevância,
nas delicias que trazem bom sabor.
Pratos quentes, a lenha no fogão,
alegria, um bom filme, o seu carinho,
os amigos, SARAU, a diversão.
Que delicia este frio que vem cedinho,
agradeço o meu lar, a proteção,
mas eu peço por todos no caminho.
09
POESIA DE INVERNO
Lourdes Ramos
I nventei um amor de inverno
N ele eu pus um calor intenso
V iajei no sentimento eterno
E idealizei aquele amor imenso
R i da solidão de noite e de dia
N aveguei no mar da fantasia
O nde eu achei a minha poesia!
10
INVERNO, CALOR HUMANO AOS NECESSITADOS
Neneca Barbosa
O frio chegou com o inverno,
Estação que tem também sua beleza,
Mas é a hora de cada um ser fraterno
Pois muitos sofrem, essa é uma certeza.
Neste inverno vamos a diferença fazer...
Cada ato de bondade supre o frio intenso,
Portanto, é importante a mão estender,
E juntos lutarmos com bom senso.
Vamos aceitar, de muitos, a realidade,
Desabrochando, em nosso peito, a compaixão,
Lembrarmo-nos dos que passam dificuldade,
Assim, poderemos aquecer cada coração.
Abrindo uma janela, há esperança,
E nós sentiremos mais paz, mais amor...
Cobrindo um idoso, ou uma criança,
Vamos diminuir o frio da dor!
Abrindo uma janela, há esperança,
Iremos sentir mais paz, mais amor...
Cobrindo um idoso, ou uma criança,
Vamos diminuir o frio da dor!
Juntos, construirmos um mundo solidário.
É hora de escolhermos o que plantar,
Mudarmos sim, esse velho cenário,
E pormos em prática, o sentido do verbo amar!
João pessoa, PB
11
MANHÃS DE INVERNO
Sandra Lúcia
Encontro-me nas manhãs de inverno
espargindo a solidão nas lembranças
do nosso primeiro beijo, até o despertar
repleto de alegria e aconchego.
Quando em meu silêncio
a procura se esvai, pois agora
habitas em meu peito.
Pulsas em meu coração, igual à borboleta
Em mergulho ao néctar do girassol,
comemorando a felicidade que retrata
com o seu aroma jamais esquecido,
onde o meu coração transcende todo amor,
e te faz sempre presente.
12
INVERNO
Cardoso 06/2025
Quando chega o inverno
O sol emagrece
Os viventes padecem
E o abraço aparece
Santo Antônio de Pádua
São João e São Pedro
Em São Paulo da garoa
O inverno amontoa
As Fogueiras no inverno
Aquecem os corações
As aves de rapina
No inverno peregrinam
O inverno é festejado
Nas caatingas do sertão
Para o milho pendoar
Nas noites de São João
Nas manhãs de inverno
O frio é debulhado
Viva eu e viva tu
O amor compartilhado
13
INVERNO: NATUREZA FAZ A COBRANÇA
Josimar Cardoso
Grupo CAPPAZ- Cabedelo-PB.
Em nome do progresso o homem comete crimes na natureza,
Mudando o clima com as queimadas,
Os rios mudam seu curso com certeza,
Então testemunhamos as secas e enchentes,
Gerando muitos conflitos e muitas tristezas.
Em regiões que não aguentam tantas instabilidades
Hora com as secas, hora com as cheias nas grandes cidades,
Que atingem as populações humanas e também a fauna e a flora regional,
É o desequilíbrio ecológico que não tem nada de natural.
É culpa do animal homem que é um irresponsável predador,
Que não respeita a natureza,
Sem lhe dar o devido cuidado com amor.
O Brasil é um país de natureza desigual,
Enquanto no Norte pode estar quente,
No Sul o inverno castiga muita gente que sofre com as enchentes
Ou nevascas que prejudica a saúde e um prejuízo econômico sem igual.
Quando vimos as águas das chuvas cair na região nordestina,
De certa forma é motivo de comemoração,
Em particular no cariri e no sertão,
Onde quase sempre falta água por lá,
O sertanejo chora de felicidade,
Em ver a chuva suas terras enfim molhar.
14
INVERNO É FOGO
(Dido Oliveira)
O sol respingou nos olhos do menino
pingos da brisa da manhã gelada,
da gota dançado, bailando, relutando em cair,
insistindo em ficar grudada na folha, mais um pouco.
O menino se atém, entretido para ver o quanto resiste o pingo
Mas – plim - um raio reluziu do pingo nos olhos curiosos do menino,
torto, se inclinando para ver melhor, mais um pouco daquele pingo gelado,
lá embaixo, tentando ficar grudado na folha verde esbranquiçada de neve.
É surpreendente o que um pingo gelado pode causar num menino curioso,
atento, descobrindo a vida diferente, esquecendo um mundo pregresso,
a dor de barriga de fome.
Seu nome é difícil de dizer: Abinadabe - pros mais íntimos, Dabe.
Ele sabe que o esquecimento é ruim, mas, às vezes, bom.
A mágica da vida acontece, e todos merecem essa luz do calor de um sol maior,
que derreta o gelo da insensatez camuflada em flor, onde o gentil lesa.
O menino tenta olhar o sol, "encarar de frente",
essa realidade pleonástica, ardente, que pelo menos,
enche de energia boa sua vida e mata a gota inspiradora de hoje,
desse dia de inverno tão diferente.
E a gota, feliz, se esparrama, irrigando a terra, cumprindo a sua missão de vida de hoje. Amanhã começa tudo de novo, mas, com um novo olhar curioso.
Esse inverno, menino, é fogo!
15
POEMA DE INVERNO
Wellington da Costa Machado
Sociedade Cabedelense de Escritores e Poetas – SCEP
Cabedelo - PB
Rara flor de néctar materno,
Perfumado com o aroma que inebria,
Regurgitando um poema de inverno,
Naquela manhã linda e fria.
Pensamentos em agasalhos envolvidos,
Contrastava com meu peito em calafrio,
Que assim como os galhos das árvores despidos,
Tremia sem verde, sem folhas e com frio.
O vento frio que sussurra na janela,
Não é mais frio que o frio sem calor,
O mesmo frio que hoje eu vejo nela,
Revelando um inverno sem amor.
Um beija-flor beija as rosas tão formosas,
Que a natureza colocou em seus caminhos,
Não fez brotar espinhos entre rosas,
Mas rosas fez florir entre os espinhos.
Mas como tudo na vida é passageiro,
No frio meu ser ainda espera,
Me despeço do inverno com um cheiro,
Que se põe para o nascer da primavera.
16
CHUVA EM MEU SER
Lúcia Silva
Tempo triste em meu viver
Céu sem sol, nuvens pesadas
Relâmpagos e trovadas
Faz-se chuva em meu ser!
Águas torrenciais a bater
No telhado da minh’alma
Ventos tiram-me a calma
Faz-se chuva em meu ser!
Solidão, melancolia, sofrer
Corpo encharcado, gelado
Sem o calor do meu amado
Perpetua-se chuva em meu ser!
17
ÁRVORE E INVERNO
Joyce Lima Krischke
Árvore e Inverno presentes. Árvores despidas...
Flores ausentes, ou poucas folhas amarelecidas.
Parecem almas desiludidas!
Árvore no inverno está solitária...
Embora seja centenária.
Da árvore restam galhos e folhas ao chão.
Segredam amor e desilusão.
Lembranças do amor que se esvai
rápido, qual estrela quando cai.
Dia cinzento... Sol escondido.
Dia sem brilho entristecido.
Árvore esguia... Silhueta alongada.
Inverno e árvore desfolhada
Árvore no caminho... Inverno gelado.
Sigo em busca do inverno temperado.
Além do túnel, há sol e vida.
Árvore com folhas... Florescida!
Porto Alegre/RS - Balneário Camboriú/ SC
18
ESTAÇÃO INVERNO
A palavra inverno deriva do latim “Hibernum”, que significa neutro, invernal, invernoso, tempo frio.
O inverno está também associado à característica de alguns animais de entrar em um período de hibernação durante as baixas temperaturas.
O Inverno é tempo de retemperar as forças, tempo de descanso para o novo ciclo que virá, e assim sucessivamente.
INVERNO
Por Andrade Jorge
Inverno no verso, estação fria na espera
da nova primavera,
imponderável sentimento inverso,
interrogações no coração,
é o inverno garoando
a esperança por aí.
-
O inverno não invade a alma,
Não congela a alegria,
Somente acaricia a natureza,
Porém, o humano tem a maestria
De carregar a incerteza no espírito, remexe, agita
não se acalma, rebela-se confuso,
e a ansiedade intensa reverbera, e grita.
-
Estação de contemplação,
Espairecer fora do limbo, desprender
buscar no éter a graça do entendimento,
Dar de si em oblação,
Inverno, tempo de se refazer,
tempo do interior crescimento.
19
ATITUDES INVERNAIS
Hélio Cabral Filho
Pior que o frio de um rigoroso inverno,
É o desdém do coração humano,
Ao não olhar o alheio desengano,
Ou em deixar de se mostrar fraterno.
Quer parecer, às vezes, puritano,
Um pouco compreensivo, um pouco terno,
Mas é somente um sentimento externo,
Sem se apoiar em um sagrado plano.
Pior que a frigidez de um vento forte,
Que faz tremer as nossas estruturas,
É toda a ação sem força, sem suporte.
Pior que as tempestades obscuras,
É o desprezo, frente à injusta morte,
A indiferença, frente às desventuras.
20
A FASE DO "INVERNO"
Wilton da Costa Machado- Cabedelo-PB
No inverno, a fase divina se revela,
O frio desnuda meu ser, faz tremer a alma,
A chuva rega minha alma, silenciosa e singela,
Germinando a fonte de esperança em Deus, me acalma.
Tempo em que o frio permeia os vulneráveis,
Em busca de abrigo, tocando o coração humano,
Faz brotar a sabedoria, entre sonhos incansáveis,
Oferecendo um abraço que encobre o frio insano.
O frio que permeia e desnuda o que é mais sensível,
Nos faz tremer o corpo, mas também refletir,
Naquele instante, tudo fica mais visível,
A esperança de um novo dia a emergir.
Que a chuva no inverno, suave a cair,
Deus seja generoso, a nos fazer seguir,
Enviando o necessário para a fé florescer,
E esperança e amor, sempre a crescer.
Ao reconhecer que na fragilidade há força a se encontrar,
Pois Deus nos sustenta, mesmo ao frio mais cruel,
Transformando o sofrimento em esperança que vem do céu.
Nos dias mais frios, encontramos o calor humano,
Na solidariedade, no abraço, na compreensão,
Pois o inverno também é tempo de renovação,
De confiar na promessa de uma nova estação.
Que Deus seja generoso, e que o inverno seja breve,
Pois, logo a tempestade, sempre nasce a esperança,
E no coração de quem crê, a alegria se atreve,
Pois, na fase divina, encontra-se a paz e a esperança.
21
APOLOGIA AOS INVERNOS CATARINENSES
Tereza Santos da Silva
Massas polares perpassam o Sul,
Trazidas pelos ventos em redemoinhos,
Então as nuvens estendem seu véu,
Enregelando campos, serras e planaltos,
Orvalhando flores, cristalizando ninhos,
E por isso esmaece o brilho do céu,
Ao mascarar sutilmente o fulgor celeste,
Congelada a chuva, neva lá do alto,
Para embelezar a paisagem, encobrindo pastos!
Nada se compara às manhãs de abril,
Quando o sol outonal ainda aquece o Sul,
Mas o céu insiste em dar novos sinais,
Pois à noite as nuvens encobrem seu anil,
Então as folhas caem em cores plurais,
Enquanto os frutos exibem sua beleza,
Exalando olores sempre sem iguais,
Para saciar os que delas dependem,
Pois complementam o que há à mesa!
As tardes de maio são incomparáveis,
Quando o minuano ao inverno anuncia,
Este alisa o mar, crivado de tainhas.
Assanhando o pescador que gela nas águas,
Despertado que fica em sua ação febril.
E ao longo da praia o milagre extasia,
Os litorâneos esquecem as mágoas,
Lembrando o sensorial peixe com farinha!
As noites de junho são as mais intensas,
Aquecidas por danças e doce quentão,
Outras guloseimas acariciam egos,
Enquanto ao frio a fogueira afugenta,
Reverenciando os santos Antônio e João!
Nesse contexto, multiplicam-se apegos,
E a friagem a nada afugenta,
Pois almas celebram amor no seu coração!
E essa mudança de temperatura,
Desperta o interesse dos que estão distantes,
Muitos procuram conhecer a neve,
E correm afoitos, pois logo termina,
Porque da natureza todos são amantes,
E curiosos procuram outro clima,
Que não há no Leste e no Centro Oeste,
Menos no Norte, lugar dos mais quentes,
Por isso buscam o frio de Santa Catarina!
22
INVERNO SOLIDÀRIO
Eda Bridi
No sul, chuvas causam inundações.
Águas levam casas, animais, plantações.
Sonhos!
Frio, temperaturas negativas
Campos cobertos de geada.
É a natureza manifestando o inverno!
A solidariedade transcende as paredes
do coração e estende a mão
aos desabrigados
num gesto fraterno, da ação generosa.
O pão repartido, o agasalho e o cobertor.
O chimarrão, na roda de contação
de causos e superstições.
É o gaúcho dedilhando músicas ao violão,
enquanto arde a brasa nos galpões.
Ajudar a quem precisa,
talvez um lenitivo para a alma.
Um poema, uma oração ou uma flor
traz alegria.
De quem é a maior fatia da alegria
Se não de quem a produz?!
Na “teia da vida”
Todos vivemos entrelaçados,
dependendo uns dos outros.
Dando-nos, recebemos a bênção da doação
E quando somos receptores,
o amor se potencializa em nós,
unindo-nos aos anjos protagonistas
do ato de amor.
Ajudar o outro
nos fortifica e nos torna mais humanos,
mais ricos espiritualmente.
Capazes de partilhar solidariedade,
Paz e alegria de viver!
O egoísmo empobrece
e apequena qualquer coração.
Que a nossa vida seja orientada
com harmonia e serenidade
na prática de boas ações
para com todas as pessoas
às quais possamos nos dedicar
para que seus corações
cubram-se de felicidade!
Também o nosso coração!
Do poeta Carlos Drumond de Andrade:
“A cada dia que vivo
mais eu me convenço
de que o desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta
que nada arrisca
e que esquivando-nos do sofrimento,
perdemos também a felicidade”.
Sobradinho
Junho/2025
23
ENCERRAMENTO
O PONTO DE LUZ
Sandra Lúcia
Um forte trovão rompeu meus sonhos…
escuto a chuva caindo…
levando tudo o que me faz pequenino
e o meu tolo medo!
Em segundos parei no tempo
pedi ao menino Jesus Luz para o mundo,
bênçãos às crianças e famílias sem proteção.
A chuva escorre pelo chão…
deslizando nos rios que inundam a nação,
limpando as mazelas…
Ensinando a humanidade que somos irmãos.
lavando a alma com amor e compaixão
refletindo no pensamento e no coração
o valor da vida, a fraternidade que nos une.
Não importa se a chuva vem do céu,
ou de um vulcão, fogo e água formam rios
e seguem rompendo barreiras,
arrastando tudo o que pensávamos
seguros ao chão.
E nos prostramos de joelhos em oração,
Jesus é o ponto de luz
que existe em cada coração.
193ª CIRANDA CAPPAZ – PARTE LIVRE
01 ABERTURA
IPÊS: PINCELADAS DO BRASIL
Mirian Arceno Rocha
Cores vivas, cores quentes,
os ipês dançam entre os ventos,
pintando o Brasil de encantos
nos campos e nos pensamentos.
O amarelo ouro em flor
reluz sob o céu anil,
símbolo de amor à terra,
brilho calmo e sutil.
Beija-flores se aproximam,
atraídos pela doçura,
dentre tantas árvores belas,
o ipê reina com ternura.
Pintores em suas telas
capturam essa beleza,
cada traço, um sussurro
da sua rica leveza.
E quando o inverno é cinza,
surge o rosa em floração,
colorindo os dias frios,
cobrindo o chão de emoção.
Plantar um ipê é sonho
lançado ao tempo e à estação
para que poetas e artistas
sigam florescendo em inspiração.
PARTICIPANTES
Lúcia Silva (04)
Mirian Arceno Rocha (01) ABERTURA
Neneca Barbosa (02)
Wellington Costa (03)
02
A ROSA, ODE AO AMOR
Neneca Barbosa
A beleza da rosa tem magia,
Seu perfume é inalador
Desperta na mulher a poesia
Servindo de ode ao amor.
Quando uma rosa floresce,
Com sua sublime exuberância,
A alma simplesmente enobrece
em sua fragrância.
A rosa transforma um jardim,
Encantando as borboletas,
Que sobrevoam as pétalas de cetim
E sobre elas fazem suas piruetas.
Ah! Se cada Ser sentisse o amor
O mundo seria bem diferente...
Renovaria o seu interior
E o tornava mais consciente!
João Pessoa, PB
03
RECOMEÇO
Wellington Costa
A tristeza tão cruel,
Me visita de repente,
Escurece até meu céu,
Me deixando descontente.
Aperta meu coração,
No descompasso do bater,
Mergulhado em solidão,
Provocada por você.
Como um jardim sem flor,
Como o rio sem o mar,
Assim sou eu sem teu amor,
Sem ter você para abraçar.
Como pássaro na gaiola,
Mendigando liberdade,
Assim sou eu pedindo esmola,
Do teu amor por caridade.
Mas, no final da noite escura,
Sempre o sol vai clarear,
Nada que pra sempre dura,
Para sempre durará.
Quando um amor vai embora,
Logo outro surgirá,
A felicidade sem demora,
Inexoravelmente chegará.
- Membro da Sociedade Cabedelense de Escritores e Poetas.
- Acadêmico da Academia Paraibana de Poesia.
- Correspondente da Academia de Letras do Sertão Pernambucano.
- Membro da CAPPAZ - Regional Paraíba.
04
GRATIDÃO
Lúcia Silva
Acordei com o beijo da felicidade
A Deus, orei agradecida
Por essa oportunidade
Do milagre da vida.
Quero nesse dia curtir
As belezas da natureza
Deixar meu coração sorrir
Com o cantar dos pássaros.
Quero tocar uma flor
Com sua beleza me encantar
Como o beija-flor
Sentir o seu perfume.
Nos braços do vento rodopiar
Na dança da vida
No bailado do amor
Quero para sempre me entregar.
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